Terceirização

Presidente da Câmara decide pular CCJ e manda PL da terceirização para plenário

Decisão foi tomada em acordo com líderes após presidente de comissão dizer que não colocaria na pauta projeto que precariza direitos trabalhistas. CUT vê situação desfavorável a trabalhadores

Pedro Ladeira/Folhapress

A CUT realizou hoje uma nova manifestação que conseguiu barrar a possível votação do PL

São Paulo – Opresidente da Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça da Câmara, deputado Décio Lima (PT-SC), informou hoje (4) que o Projeto de Lei 4330, de 2004, que regulamenta o trabalho terceirizado no Brasil, será votado diretamente pelo plenário. Segundo ele, isso foi acordado com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e com os líderes partidários.

A sessão da CCJ de hoje foi novamente cancelada após manifestações dos representantes da CUT que queriam acompanhar a sessão. O receio era de que algum deputado se valesse do regimento para colocar o PL em votação, desrespeitando a posição do presidente do colegiado, que se comprometeu a não apreciar a proposta enquanto estiver à frente da comissão, ou seja, até fevereiro de 2014.

Antes do pronunciamento de Décio Lima, os representantes das centrais sindicais já haviam agendado uma reunião para as 15h com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, a fim de discutir detalhes sobre a liberação do acesso a CCJ na próxima reunião.

Segundo Lima, os líderes vão apresentar na próxima terça-feira requerimento de urgência para que a matéria vá direto para o plenário. Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, em termos estratégicos, o anúncio não apresenta muita alteração. “Tanto faz onde será votado, porque os empresários são a maioria, tanto na CCJ como no plenário. O que interessa é o processo de mobilização. A CUT estará aqui para evitar que essa votação aconteça e denunciar os deputados que são favoráveis à precarização do trabalho.”

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que vai se pronunciar a respeito somente depois da reunião com o presidente da Câmara.

Devido à polêmica em torno da matéria, o presidente da CCJ acredita que é melhor que a decisão seja tomada por todos os 513 deputados. “De todo o modo, a matéria só seria conclusiva na CCJ se houvesse acordo”, explicou o deputado à Agência Câmara. “Como não há acordo, o projeto naturalmente seria objeto de recurso para análise no Plenário. Então, vamos encurtar a tramitação.” O projeto, que já tramita na comissão há mais de dois anos, vem sendo alvo de diversos protestos contrários, especialmente por parte de centrais sindicais.

O relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA), elogiou a medida. “A decisão tomada dará mais tranquilidade para a votação, e isso dará mais tempo ainda para tentarmos acordo para a votação”, disse. Ele ressaltou que já fez 25 modificações no texto do projeto.

Com informações da Agência Câmara