paralisação

Após protestos, policiais federais já organizam manifestações para março

Além de aumento salarial, sindicalistas querem reestruturação da segurança pública, contratações e melhores condições de trabalho

SSDPF/PI

Protesto em Teresina; segundo sindicalistas, manifestações atingiram todos os estados e o Distrito Federal

São Paulo – A paralisação de 48 horas de agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal termina hoje (26), mas já se programam novas manifestações para 11 a 13 de março, segundo a Fenapef, federação nacional da categoria. De acordo com a entidade, o movimento ocorre em todos os estados e no Distrito Federal. Os trabalhadores protestam enxugando barras de gelo em frente a unidades da PF para alertar a população para o que chamam de “congelamento” da instituição e sucateamento do órgão.

Os sindicalistas afirmam que a categoria acumula perdas salariais de 40% em sete anos. Além de reajuste, eles afirmam que a paralisação é por reestruturação da segurança pública, com mais contratações e melhores condições de trabalho.

“O aumento de salário e uma consequência dentro do que estamos fazendo. A Polícia Federal está toda remendada, não funciona mais e enquanto isso o crime está dando saltos. Estamos tentando trazer sociedade para essa discussão”, afirma o diretor de estratégia sindical da Fenapef, José Carlos Nedel.

“Não estamos dispostos a aceitar apenas o reajuste. O índice de suicídio hoje na categoria é enorme, os policiais sofrem perseguição, assédio moral, inúmeros são afastados por razões psicológicas ou psiquiátricas. O que queremos é o compromisso do governo para a reformulação da PF”, acrescenta o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de São Paulo (Sindpolf-SP), Alexandre Santana.

Outra reivindicação refere-se à regulamentação da Lei 12.855/2013, conhecida como adicional de fronteira, que prevê gratificação aos trabalhadores que atuam com prevenção, controle e fiscalização em áreas fronteiriças do país. Eles também defendem a instalação de uma carreira única na PF e a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 51/2013, do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que modifica a estrutura de segurança pública e propõe a desmilitarização da polícia.

A assessoria de imprensa do Departamento de Polícia Federal do governo informou que o órgão “não irá se manifestar sobre o movimento paredista”. Os trabalhadores não descartam a ideia de entrar em greve por tempo indeterminado.