Greve

Depois de protesto, ministro receberá representantes dos policiais federais

Como atividade da paralisação de 72 horas, que vai até amanhã, servidores organizaram a 'Marcha dos Elefantes Brancos', em Brasília, e farão vigília em frente ao Ministério da Justiça

Fenapef

Sindicalistas afirmam que as maiores fragilidades da segurança pública estão nas fronteiras e aeroportos

São Paulo – Representantes dos funcionários da Polícia Federal vão se reunir com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, na próxima segunda-feira (17), segundo informou a federação nacional da categoria, a Fenapef. Também está previsto encontro, na terça, no Ministério do Planejamento. Em greve nacional de 72 horas, que termina amanhã (13), os trabalhadores aguardam uma resposta para as reivindicações. O movimento tem adesão de agentes, escrivães e papiloscopistas. Eles reivindicam melhores condições de trabalho, mais contratações, reestruturação da carreira e definição das atribuições dos agentes garantidas em lei, assim como mais investimentos e reconhecimento profissional.

“Nunca tivemos as portas do governo fechadas para nos receber, porém todas as vezes que nos reunimos ouvimos apenas que temos razão e que eles buscarão alternativas para resolver nossos problemas. Estamos nessa luta há mais de cinco anos”, disse o presidente da Fenapef, Jonas Borges Leal. Na tarde de hoje (12), os sindicalistas organizaram a “Marcha dos Elefantes Brancos”, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em crítica aos inquéritos policiais, que consideram obsoletos. À noite, seria feita uma vigília em frente ao Ministério da Justiça. Cerca de mil trabalhadores participam das manifestações, segundo a federação.

A entidade defende ainda a regulamentação da Lei 12.855/2013, conhecida como adicional de fronteira, que prevê gratificação aos trabalhadores que atuam com prevenção, controle e fiscalização em áreas fronteiriças. “Com isso, os trabalhadores que atuam em fronteiras, ou locais de difícil fixação, receberiam pagamento adicional de R$ 91 por dia de trabalho”, disse Leal. Eles apontam outros problemas, como a terceirização.

No aeroporto de Brasília, por exemplo, temos dois policiais federais para 30 terceirizados. São pessoas que têm acesso a muitas informações sem o menor conhecimento, preparo ou compromisso com o Estado”, diz o dirigente. Para a Fenapef, a falta de recursos e de reconhecimento profissional e salarial estão entre os fatores responsáveis pela desmotivação dos policiais. A entidade afirma que nos últimos sete anos a categoria acumula perdas de aproximadamente 40%.