Manifestação

Sem proposta da Petrobras, petroleiros podem parar por 24 horas no dia 3

Categoria aproveita mobilização para protestar contra leilão do Campo de Libra e o projeto de terceirização do deputado Sandro Mabel

Antonio Cruz/ABr

Protesto contra leilões para exploração do petróleo já reuniu manifestantes no ministério de Minas e Energia, em maio

São Paulo – Os trabalhadores representados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) podem paralisar suas atividades por 24 horas no próximo dia 3, em protesto pela falta de propostas da Petrobras em relação às suas reivindicações salariais. Eles querem aproveitar a mobilização para protestar também contra o Projeto de Lei 4.330, de 2004, de Sandro Mabel (PMDB-GO), que amplia a terceirização no país, e pela suspensão do leilão do Campo de Libra, o primeiro do pré-sal, marcado para o dia 21.

No dia 30 os petroleiros iniciam um acampamento no Congresso Nacional contra o leilão, com movimentos sociais e outras categorias. O campo de Libra, área do primeiro leilão do pré-sal, localizado na Bacia de Santos, tem cerca de 1,5 mil quilômetros quadrados.

“Precisamos de desenvolvimento e inclusão social e por isso somos contra leiloar nossas reservas. Queremos a suspensão do leilão. Já aconteceram 11 leilões e nenhuma dessas empresas investiram no país”, afirma o diretor de Finanças e Administração da FUP, José Genivaldo da Silva.

Os petroleiros pressionam para que a Petrobras apresente uma proposta que atenda às reivindicações da categoria, em campanha salarial desde agosto. Os trabalhadores representados pela FUP reivindicam aumento real de 5%, além de melhorias em saúde, segurança e combate à terceirização. Atualmente, o sistema Petrobras possui cerca de 83 mil trabalhadores e mais de 350 mil terceirizados.

Após quatro rodadas de negociação, a Petrobras não apresentou nenhuma proposta e até o momento aceitou somente antecipar a reposição da inflação, medida em 6,09%pelo IPCA/Dieese – no período de 12 meses – repassada na folha de pagamento de setembro.

Na quarta (25) está marcada uma reunião com os representantes da FUP para discutir as questões relacionadas à Petros, benefícios educacionais e sistemas de saúde, meio ambiente e segurança. “Esperamos que dessa vez a eles nos apresentem alguma proposta”, disseSilva.

FNP

Nos dias 24 e 26 ocorre uma negociação entre os diretores da empresa e representantes da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que representa aproximadamente 40 mil trabalhadores, incluindo Rio de Janeiro e Santos.

Pela FNP os trabalhadores reivindicam 10% de aumento real no salário-base, plano de cargos e salários, combate ao assédio moral, entre outros.

De acordo com a assessoria de imprensa da FPN a entidade também participa da mobilização contra o leilão de Libra. “Queremos tentar convencer a categoria que as duas lutas são parte do mesmo processo. Numa Petrobras privatizada, num processo de desmonte, com política de desinvestimento e terceirização, é muito mais difícil defender nossas bandeiras de luta. Defendemos uma Petrobras nacional para um acordo coletivo vitorioso.”