paralisação

Petroleiros fazem paralisação nacional de 24 horas

Trabalhadores se manifestam contra o leilão do Campo de Libra e cobram da Petrobras uma proposta de reajuste salarial

Antonio Cruz / ABr

Petroleiros e movimentos sociais protestam em Brasília contra leilões de exploração de petróleo

São Paulo – Petroleiros de todo o país fazem hoje (3), quando a Petrobras completa 60 anos, uma paralisação de 24 horas que envolve funcionários nas plataformas, refinarias, e escritórios da estatal e subsidiárias. Os trabalhadores transformaram as comemorações em protestos, cobrando uma resposta às reivindicações da categoria. Eles também reivindicam a suspensão imediata do leilão do campo de Libra no pré-sal, previsto para o próximo dia 21.

Trabalhadores do setor, representados pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), com o apoio de representantes de movimentos sociais, estão acampados em frente ao Congresso Nacional desde segunda (30). “Só sairemos daqui quando o leilão for suspenso”, avisa o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes. Segundo ele, cerca de 50 pessoas se revezam diariamente para manter o acampamento.

Em São Paulo, os trabalhadores se concentram hoje (3) a partir das 17h, na avenida Paulista. O ato terá a participação dos bancários da capital – a categoria está em greve nacional desde o dia 19.  Após a concentração, os manifestantes sairão em passeata até a Assembleia Legislativa.

No Rio, os trabalhadores sairão em caminhada para a Cinelândia, no centro. O ato também será em apoio à greve dos professores da rede municipal carioca. Mais tarde, os manifestantes vão se concentrar na Praça XV, também na região central.

De acordo com o diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) Edson Munhoz, a categoria quer que a exploração e a produção de petróleo sejam totalmente estatais e que os recursos sejam usados em benefício da população. “Vamos entrar na Justiça para impedir a realização desse leilão e, se preciso, vamos entrar fisicamente para impedir que esse leilão ocorra.”

Ainda de acordo com o diretor, a greve não deverá atingir a produção de petróleo das plataformas, embora possa comprometer o fluxo dos terminais.

Em nota, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) disse que “o leilão do Campo de Libra está de acordo com as leis. A realização da primeira rodada do pré-sal pela ANP atende à Resolução 4, de 2013, do Conselho Nacional de Política Energética”.

A FUP entregou a pauta de reivindicações à Petrobras em 6 de agosto. A data-base da categoria é 1º de setembro. Os trabalhadores reivindicam aumento real de 5%, além de melhorias em saúde, segurança e combate à terceirização. Após quatro rodadas de negociações, a Petrobras não apresentou nenhuma proposta e até agora aceitou somente antecipar a reposição da inflação (pelo IPCA-IBGE), acumulada em 6,09% em 12 meses, até agosto.

Segundo Moraes, a empresa se comprometeu a apresentar uma proposta na próxima semana. “Nosso movimento de paralisação está forte hoje e esperamos que com isso a empresa apresente uma proposta que atenda às nossas reivindicações econômicas e sociais”, afirmou.

Com informações da Agência Brasil