Petroleiros aguardam negociação, mas já se organizam para entrar em greve

Federação da categoria vê resistência da empresa e do governo nas discussões. Reajuste com base na inflação já está garantido, mas trabalhadores querem 10% de aumento real

Um seminário na terça-feira no Rio de Janeiro vai definir a preparação da greve dos petroleiros (Foto: FUP)

São Paulo – Os petroleiros, que também estão em campanha salarial, começam a se preparar para entrar em greve, avaliando as dificuldades nas negociações com a Petrobras. O Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) fixou a próxima segunda-feira (17) como prazo final para a apresentação de uma contraproposta por parte da estatal. Enquanto isso, segundo a FUP, assembleias nas várias unidades estão aprovando a decretação de estado de greve. Essas assembleias serão feitas até o dia 19.

De concreto, informam os sindicalistas, a Petrobras concordou em reajustar os salários em índice equivalente ao da inflação em 12 meses. O pagamento, retroativo à data-base (1º de setembro), deve ser feito ainda na folha deste mês. Mas a pauta de reivindicações inclui 10% de aumento real, reabertura das discussões sobre o plano de cargos e salários (PCAC), melhores condições de saúde e segurança, mais contratações, igualdade de direitos e melhoria dos benefícios. Duas reuniões com a empresa estão marcadas para as próximas quinta (13) e sexta-feira (14).

Nesta terça (11), a FUP e os sindicatos filiados realizarão um seminário no Rio de Janeiro para discutir a preparação da greve. “A avaliação dos dirigentes sindicais é de que a categoria precisa estar preparada para uma grande greve nacional, já que a Petrobras e setores do governo federal estão resistentes em atender às principais reivindicações dos trabalhadores”, diz a federação. Alguns sindicatos já fizeram seminários regionais, como o do Norte Fluminense e o de São Paulo.