Na Bahia

Paralisação contra demissões em refinaria privatizada tem ampla adesão, afirmam petroleiros

Trabalhadores denunciam que a Acelen avançou nas demissões após a Petrobras iniciar negociações para a retomada da refinaria

Divulgação/Acelen
Divulgação/Acelen
Mais de 1.200 trabalhadores participaram da paralisação na Refinaria Mataripe

São Paulo – A paralisação na Refinaria Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, na manhã desta quarta-feira (6) teve ampla adesão, segundo os representantes dos trabalhadores. Organizada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA) e Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Siticcan), o protesto ocorreu devido às demissões de trabalhadores próprios e terceirizados implementadas pela gestão atual da empresa, privatizada em novembro de 2021.

De acordo com os petroleiros, a paralisação na refinaria começou às 6h, contou com mais de 1.200 participantes e durou cinco horas. “Infelizmente, as demissões se intensificaram após o anúncio feito pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no mês passado, sobre a possível retomada da operação da refinaria pela estatal. Depois desse anúncio, a Acelen vem reduzindo o número de efetivo – próprio e terceirizado –, impactando na manutenção das unidades e na segurança das atividades”, destacou o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar.

A privatização da Rlam, segunda maior do país, ocorreu em 2021, durante o governo Bolsonaro. Assim, a unidade passou ao controle da Acelen, empresa do fundo privado Mubadala Capital. O fundo árabe pagou US$ 1,8 bilhão, menos da metade do valor da refinaria. A nova gestão da Petrobras, no entanto, vem costurando um acordo para reaver a unidade.

Até o momento, a Acelen demitiu 200 trabalhadores. “Grande parte das pessoas demitidas foram qualificadas ao longo de 15, 20, 25 anos. Elas conhecem muito bem a refinaria; é uma irresponsabilidade perder trabalhadores com este nível de conhecimento”, acrescenta Deyvid.

Por fim, integrantes da área de recursos humanos da Acelen reuniram-se com representantes das entidades sindicais para discutir as reivindicações dos trabalhadores. A Rlam foi a primeira refinaria instalada no país. Inaugurada em 1950, corresponde a cerca de 14% do refino nacional.