Renda

Pagamento do 13º na região do ABC somará mais de R$ 3 bilhões

Apenas na base metalúrgica, valor chega a R$ 427 milhões, segundo o Dieese. Federação da CUT assina convenção. E sindicato de São Paulo (Força) aprova acordo em assembleia

edu guimarães/smabc

Luizão, presidente da FEM-CUT, assina Convenção Coletiva de Trabalho

São Paulo – O pagamento do 13º salário na região do ABC, considerados todos os setores econômicos, somará mais de R$ 3,1 bilhões, segundo estimativa da subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos. Desse valor, aproximadamente R$ 2,4 bilhões serão pagos aos trabalhadores com carteira assinada e R$ 768 milhões, a aposentados e pensionistas da Previdência.

Apenas o 13º dos trabalhadores na base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC representará R$ 427,1 milhões, segundo a subseção do Dieese. O cálculo é feito com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho, e da Previdência.

De acordo com o sindicato, a b metalúrgica representa 9,9% da mão de obra formal da região, mas é responsável por 18,1% do rendimento dos trabalhadores com carteira assinada. A entidade representa 75.445 trabalhadores em quatro dos sete municípios do ABC: São Bernardo do Campo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, com salário médio de R$ 5.660,64, representando 14% de todo o volume pago a trabalhadores formais e beneficiários da Previdência na região.

Dos empregados na indústria de transformação, os metalúrgicos representam 37,5% do total. E, segundo a subseção, são responsáveis por 47,6% do 13º.

Acordo em São Paulo

Assembleia realizada sexta-feira (4) à noite aprovou acordo entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi das Cruzes e região (Força Sindical) e quatro grupos patronais. Com data-base em 1º de novembro, a categoria terá reajuste pela inflação, parcelado, e abonos.

No Grupo 2 (setores de máquinas e eletroeletrônicos), o acordo é válido por dois anos. Prevê aumento com base na inflação em duas vezes e abono equivalente a 20% dos salários. Na Estamparia e no Grupo 19-3 (artefatos de metal, metais não-ferrosos e equipamentos rodoferroviários), o acordo deste ano foi aprovado nos mesmos termos. No Grupo 3, de autopeças, também haverá reajuste pela inflação, em duas parcelas, e abono de 32%, em três vezes. Em todos os casos, os pisos salariais serão corrigidos pelos mesmos índices. Segundo o presidente do sindicato, Miguel Torres, as negociações continuam nos demais setores, com possibilidade de greves para conseguir acordos.

Na base da FEM-CUT, a federação dos metalúrgicos na base cutista no estado, o acordo com artefatos, metais não-ferrosos, equipamentos rodoferroviários e com o setor de estamparia foi assinado quinta-feira (3). No caso de estamparia, haverá reajuste de 9,62%, sendo 6,5% retroativo a 1º de setembro (data-base) e o restante em fevereiro. Nos demais, 6,62% em setembro e o restante também em fevereiro. Segundo a FEM-CUT, o acordo atinge aproximadamente 40 mil trabalhadores.

“Quando iniciamos o processo da campanha salarial 2016 fomos surpreendidos com uma contrapauta patronal que sugeria uma série de retirada de direitos, inclusive, o congelamento dos salários por três anos”, lembrou o presidente da entidade, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão. “Com muito diálogo e a base mobilizada invertemos a lógica e conquistamos a reposição da inflação.”