Negociação

Metalúrgicos abrem campanha com o desafio de superar crise

Sindicatos da categoria filiados à CUT em São Paulo entregaram pautas aos diversos grupos patronais

adonis guerra/smabc

Luizão entrega documento: “Podemos avançar e o trabalhador pode contribuir com o Brasil”

São Paulo – Os sindicatos de metalúrgicos filiados à CUT no estado de São Paulo e a federação da categoria (FEM) entregaram hoje (3) a pauta de reivindicações aos diversos grupos econômicos do setor, abrindo a campanha salarial em um cenário de dificuldade econômica. Mas acreditam que fecharão acordo garantindo reajuste e manutenção de direitos. “Reconhecemos que a conjuntura atual não é das melhores, assim como o momento político, mas o que estamos propondo nas nossas pautas são questões do dia a dia do trabalhador, que é possível as empresas cederem sem muito custo. Podemos avançar e o trabalhador pode contribuir com o Brasil”, afirmou o presidente da FEM-CUT”, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão.

A campanha envolve aproximadamente 200 mil trabalhadores, com data-base em 1º de setembro. O número não inclui as montadoras, que negociam à parte. A pauta foi entregue pela manhã nas sedes da Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), na Avenida Paulista, e do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), em Santo Amaro, na zona sul. O advogado Drausio Rangel, coordenador do Grupo 3 (autopeças, forjaria e parafusos), declarou que, em um momento difícil da economia, a manutenção dos empregos deve ser vista como prioridade.

“Sabemos que uma parte das empresas realmente passou por uma situação complicada, mas outras aproveitaram do momento difícil para fazer a reestruturação necessária. E o trabalhador já pagou um pouco dessa conta que ele não deve”, reagiu Luizão.

Participaram da atividade, segundo a FEM, dirigentes dos sindicatos do ABC, Araraquara, Cajamar, Itaquaquecetuba, Itu, Matão, Monte Alto, Pindamonhangaba, Salto, Sorocaba e Taubaté. Entre as principais reivindicações, estão jornada de 40 horas semanais, aumento real de salário (acima da inflação), unificação dos pisos e valorização das cláusulas sociais.

Os metalúrgicos vão negociar com os grupos 2 (máquinas e eletrônicos, o mais numeroso, com 41% dos trabalhadores), 3 (que concentra 23%), 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos, refrigeração, e equipamentos ferroviários e rodoviários, entre outros, com 21%), 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação e material bélico, entre outros, com 11%), além dos setores de estamparia e fundição (2% cada).

Com informações da assessoria da FEM-CUT