Moradores querem responsabilização da Shell por contaminação do solo

São Paulo – Os moradores da Vila Carioca, na zona sul de São Paulo, reivindicam responsabilização da empresa Shell pela contaminação do solo da região por pesticidas e combustíveis. Há onze […]

São Paulo – Os moradores da Vila Carioca, na zona sul de São Paulo, reivindicam responsabilização da empresa Shell pela contaminação do solo da região por pesticidas e combustíveis. Há onze anos uma área equivalente a 25 campos de futebol está contaminada.

“O mínimo que a empresa podia fazer é tomar uma atitude, financiar exames, pagar alguma coisa para o poder público, que está gastando dinheiro para poder fazer análise do solo”, disse o vice-presidente da SOS Vila Carioca, Marcelo Guirão, em entrevista à TVT

A Shell manteve na região uma fábrica de pesticidas, e tem há mais de 50 anos uma unidade de armazenamento de combustíveis. O subsolo e as águas subterrâneas estão contaminados por substâncias tóxicas, algumas cancerígenas. “O Ministério Público fez uma amostragem pequena, mas que mostrou que quase todas as pessoas que foram analisadas tinham alto grau de contaminação”, disse.

O problema só veio a público em março de 2002, quando a promotoria estadual deu início a uma ação civil pública contra a Shell e a Cetesb. Segundo os moradores, a ação do MP está parada há anos.

“A promotora queria fazer um termo de ajuste de conduta, a Shell não aceitou a nossa proposta e ficou por isso”, disse o ex-morador da Vila, Aristides Acosta Fernandes.

Indenização

Os trabalhadores da Shell e da Basf S.A. receberão indenização das empresas por contaminação. As empresas comunicaram ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília (DF), na segunda-feira (11), que aceitam o acordo estabelecido nas audiências ocorridas no tribunal nos dias 14 e 28 de fevereiro e 5 de março.

Com o acordo, após 12 anos de reivindicações dos trabalhadores, as duas multinacionais pagarão pelo crime de contaminação por agrotóxicos (pesticidas, venenos) – produtos que produziam – em seus operários no período de 1974 a 2002 na planta industrial do município de Paulínia (SP).

Assista aqui as reportagens da TVT.