São Paulo – Metalúrgicos da LG Eletronics em Taubaté, a 140 quilômetros de São Paulo, aprovaram em assembleia nesta quinta-feira (2) estado de greve após ameaça da empresa de demitir trabalhadores, feita nesta semana. A empresa alega que passa por período de queda na produção e o quadro de funcionários na unidade de Taubaté supera as necessidades. A promessa do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté é de parar a linha de produção enquanto seguirem as negociações com a LG.

De acordo com o presidente da entidade, Isaac do Carmo, desde as últimas, demissões no final do ano passado, a empresa não tomou nenhum iniciativa. Ele classifica como “truculenta” a prática da corporação. “Não podemos esquecer que essa empresa recebeu inúmeros incentivos do Poder Público para se instalar em Taubaté, inclusive com uma das maiores doações de área já feitas na cidade. Já está na hora de mostrar respeito ao povo de Taubaté e cumprir seu compromisso de criar empregos”, disse.

Diante das demissões, o sindicato enviou no final de 2011 ao governo federal documento com os registros de práticas de assédio moral e demissões na empresa. Com isso, afirma o líder, dirigentes sindicais passaram a receber ameaças da direção. “Não vamos aceitar mais essa truculência da empresa com os trabalhadores e seus representantes”, pontuou Issac.

Os funcionários reclamam também de intimidação dos guardas patrimoniais durante a realização das assembleias. Segundo nota do sindicato, os guardas portavam armas como escopetas para coibir a reunião.

Cerca de 2,3 mil funcionários trabalham na unidade de Taubaté, que produz eletrônicos, como monitores de computador, celulares e notebooks.

Volswagen

Também na cidade de Taubaté, os metalúrgicos da Volkswagen aprovaram na última quarta-feira (1º) proposta da empresa que garante dez sábados adicionais de produção durante o primeiro semestre do ano. Eles também asseguraram a antecipação da primeira parcela do 13º salário para fevereiro e a compensação da segunda (20) antes do feriado de Carnaval, trabalhando no feriado de 9 de julho. Serão beneficiados 5.600 trabalhadores.

As negociações do sindicato seguem com a empresa para buscar investimentos para a fábrica. “Estamos em uma discussão conjunta com os representantes dos trabalhadores nas plantas do ABC, São Carlos e Curitiba para que a Volks proporcione investimentos de forma que as plantas brasileiras possam atender o crescimento da demanda da montadora em nosso país, sem a necessidade da construção de uma nova fábrica”, disse Isaac.