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Metalúrgicos brasileiros e alemães discutem impactos da nova revolução industrial

Em mais um dia da 4ª Conferência Expressões da Globalização, em Frankfurt, sindicalistas debateram a chamada 4ª Revolução Industrial, resultado da informatização e automatização das empresas

TVT/Reprodução

Segundo a Fundação Hans Bockler, uma das organizadoras do evento, 50% dos empregos podem ser perdidos

São Paulo – Nas discussões de ontem (23) da 4ª Conferência Expressões da Globalização, em Frankfurt, na Alemanha, os metalúrgicos brasileiros ouviram dos alemães as perspectivas da chamada 4ª Revolução Industrial, que abrangeria a informatização e automatização das empresas.

Segundo a Fundação Hans Bockler, uma das organizadoras do evento, 50% dos empregos dos setores industriais podem ser perdidos. Em entrevista ao repórter Jô Miyagui, da TVT, Flávio Benites, do IG Metall, o sindicato alemão dos metalúrgicos, afirma que esse é um tema preocupante para os trabalhadores. “É um aspecto que atinge não somente os postos de trabalho na indústria, mas também os postos de trabalho nos escritórios. É uma mudança muito radical com sérias consequências para o mundo do trabalho.”

“Uma das perguntas é: qual vai ser o futuro da classe trabalhadora? Qual será a política de subsistência do ser humano?”, questiona o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo, Roberto Pereira de Sousa.

Sindicalização

Segundo Martin Behrends, da Fundação Hans Bockler, apenas 18% dos trabalhadores alemães são sindicalizados, índice semelhante ao do Brasil. Uma das diferenças na Alemanha é a comissão de empresa, que tem forte representação nas fábricas.

“O conselho de empresa ou comissão de fábrica responde pelos interesses dos trabalhadores na fábrica, independente de serem sindicalizados ou não. O sindicato e as associações patronais são aquelas responsáveis para negociar as convenções coletivas de trabalho, que regulam toda relação capital e trabalho em setores empresariais e não só numa empresa. Os conselhos de empresa não têm o direito de convocar uma greve. Esse é um trabalho que os sindicatos devem fazer”, conta.

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