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Na Alemanha, metalúrgicos discutem soluções para as relações de trabalho

Reunidos na 4ª Conferência Expressões da Globalização, alemães e brasileiros debatem a atualidade e o futuro da política e da economia de ambos os países

Conferência é organizada pela Fundação Hans Bockler, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT e IG Metall

São Paulo – Metalúrgicos alemães e brasileiros estão reunidos em Frankfurt, na Alemanha, para a 4ª Conferência Expressões da Globalização, que discute a atualidade e o futuro da política e economia de ambos os países. A semana de intercâmbio é organizada pela Fundação Hans Bockler, a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT e o IG Metall, sindicato dos metalúrgicos alemão.

Em entrevista ao repórter Jô Miyagui, da TVT, o representante do IG Metall Wolfgang Lemb afirma que o objetivo é debater as relações de trabalho. “O objetivo da conferência é discutir a política industrial na Alemanha, a comparação da política industrial dos dois países, sobretudo, também saber sobre o que está acontecendo no brasil no momento, como a situação política e econômica.”

Ontem (22), na abertura da conferência, representantes de Brasil e Alemanha fizeram análises da conjuntura. Lemb lembra que na Alemanha também é crescente a preocupação com a terceirização da mão de obra. Atualmente, dos 14 milhões de empregados do país, 900 mil são terceirizados.

Para que os alemães pudessem entender a atualidade econômica brasileira, o professor de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Guilherme Mello falou sobre os avanços obtidos desde 2003, sobretudo o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A era Lula foi marcada pelas políticas de melhoria do salário mínimo. Isso foi fundamental, é a principal explicação do porquê se conseguiu se distribuir renda no Brasil”, diz.

Na Alemanha, o golpe que afastou a presidenta Dilma Rousseff teve pouca repercussão na imprensa, o que explica a surpresa dos metalúrgicos alemães com os relatos sobre o impeachment. O secretário de relações internacionais da CNM/CUT, Valter Sanches, explicou aos alemães que o sistema de financiamento de campanhas políticas no Brasil permite contribuições de empresas privadas, o que abre espaço para a corrupção, que atinge todos os partidos políticos.

“Paga para ter um retorno financeiro daquilo, então, é um investimento das empresas financiar campanhas políticas. Um dos grandes erros do período dos governos Dilma e Lula foi não enfrentar esse processo em um Congresso Nacional e impor uma profunda reforma política na qual fosse proibido, pelo menos, o financiamento privado de campanha”, afirma.

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