Impasse

Metroviários de SP podem entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta quarta

Trabalhadores afirmam que governo Doria quer impor mais um ano de reajuste zero nos salários e retirar direitos como adicional de férias, noturno e gratificação por tempo de serviço

Paulo Iannone/ Sindicato dos Metroviários
Paulo Iannone/ Sindicato dos Metroviários
Trabalhadores já acumulam quase 10% de perda salarial em dois anos

São Paulo – Uma greve dos metroviários de São Paulo, por tempo indeterminado, está marcada para começar à 0h desta quarta-feira (12). O movimento foi aprovado por 90% de assembleia virtual realizada entre os dias 4 e 5 de maio. O motivo é a rejeição da proposta de renovação do acordo coletivo de trabalho apresentada pela empresa sob o comando do governador João Doria (PSDB). Uma nova assembleia será realizada no final da tarde desta terça (11) para confirmar ou não a paralização.

De acordo com Wagner Fajardo, coordenador do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, a proposta levada à mesa não prevê reajuste salarial para os trabalhadores. A categoria já ficou sem aumento nos dois últimos anos e, por isso, reivindica a reposição das perdas acumuladas no período, já em 9,72% pelo IPC-Fipe. Cobram também o pagamento dos 50% em aberto da Participação nos Resultados (PR) de 2019, que deveriam ter sido creditados ano passado. “Além disso, estamos querendo a negociação da PR de 2020”. Falta ainda o acerto de valores devidos nos chamados steps, uma movimentação horizontal na carreira acrescida no salário.

Retirada de direitos

“O Metrô, desde o início da campanha, praticamente não negociou”, diz Fajardo. Ele conta que na última reunião, realizada na sexta-feira (7), a direção da empresa até retirou da proposta de renovação do acordo coletivo cláusulas como adicional de férias, adicional noturno e gratificação por tempo de serviço. “São itens bastante caros para a categoria.” A data-base é 1º de maio.

A questão está no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), que faria uma audiência virtual ainda na tarde desta terça e é o resultado dessa reunião que será levado à assembleia do final do dia para confirmar ou não a greve dos metroviários. Horas antes, pela manhã, os trabalhadores fizeram um ato em frente ao Centro de Controle Operacional (CCO), localizado no bairro do Paraíso, na capital paulista.

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