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Correios recorrem ao TST contra greve, que vai completar uma semana

Segundo os sindicalistas, a paralisação que chega hoje ao sexto dia, tem adesão de trabalhadores de 16 regiões. Foi marcada audiência para amanhã

Sintect-AL

Em Maceió, trabalhadores do Correios protestam contra as alterações no plano de saúde

São Paulo – A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) por causa da greve iniciada em 30 de janeiro. Os Correios pedem que o tribunal decrete a abusividade do movimento, além de descontar os dias parados. Foi marcada audiência de conciliação para amanhã (6), às 14h.

presidente do TST, ministro Carlos Alberto Reis de Paula, indeferiu pedido de liminar da ECT, para manutenção de 80% do efetivo de trabalhadores durante a paralisação. O caso foi para a Seção Especializada em Dissídios Coletivos, e o relator é o ministro Márcio Eurico Vitral Amaro.

A greve chega hoje (5) ao sexto dia com adesão de trabalhadores de 16 regiões, segundo a Fentect, federação que representa 29 sindicatos da categoria, e foi deflagrada em protesto contra alterações no plano de saúde. Os sindicalistas afirmam que após a mudança do Correios Saúde para o Postal Saúde, em janeiro, os funcionários passaram a arcar com despesas pela realização de exames ou consultas, e que os aposentados também começaram a receber boletos de cobrança da mensalidade do plano (e não co-participação).

A ECT contesta, reafirma que as regras não foram alteradas e que decisões a respeito da gestão do plano de saúde são exclusivas da empresa e não das representações sindicais. “Desde o início de janeiro, o plano CorreiosSaúde, que atende os empregados da ECT e seus dependentes, passou a ser operado pela Postal Saúde, registrada na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com política e diretrizes definidas pela ECT”, diz a empresa. Ainda segundo os Correios, uma das cobranças questionadas pelos trabalhadores trata-se de “equívoco cometido pelo credenciado” (clínica médica) e que já orientou a devolução do valor.

Os representantes dos trabalhadores temem que a empresa deixe de ser a gestora do plano e entregue a administração do convênio médico para iniciativa privada. “A empresa está descumprindo uma norma do próprio TST, que definiu em julgamento de dissídio coletivo no ano passado que o Correios deve ser o gestor do plano. Eles estão tentando encontrar uma brecha para tirar a responsabilidade que lhes cabe”, disse o secretário de Imprensa e Comunicação da Fentect, James Magalhães. A ECT afirma que a greve é “abusiva e afronta o Poder Judiciário, ao buscar alterar fato já decidido pelo TST”.