São José dos Campos (SP) – Após reunião entre metalúrgicos da General Motors e a direção da empresa, realizada na manhã de hoje (23) na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em São José dos Campos, o diretor de Assuntos Institucionais da montadora, Luis Moan, informou que a produção do Classic, na Montagem de Veículos e Motores (MVA), será prorrogada até 31 de dezembro, assim como a manutenção do emprego de 750 metalúrgicos.

A empresa estendeu a licença remunerada desses trabalhadores até o dia 8 de setembro, prazo em que oferece um plano de demissão voluntária (PDV) ao pessoal da linha de produção, estendido para áreas afins, que funcionam como supridores e abastecedoras do setor (motores, plásticos, estamparia etc), totalizando aproximadamente 890 funcionários.

Quem aderir ao plano até essa data receberá o pagamento das verbas salariais (férias, PLR integral e 13º) somadas ao pagamento de até cinco salários (para os da ativa) ou até dois salários (para aposentados). O seguro-saúde será mantido até abril de 2014.

De acordo com Moan, a meta é que 850 trabalhadores façam a adesão em todos os setores. “Nós vamos manter a produção do veículo, mas em escala muito menor e com número de funcionários reduzido, até dezembro.”

Quem optar pela não adesão ao PDV pode retornar ao trabalho ou manter licença remunerada até o final do ano. Eles serão desligados a partir de 1º de janeiro, recebendo a verba indenizatória legal sem recursos adicionais.

“Todo acordo é passível de renegociação, e essa foi a melhor forma que encontramos para minimizar os impactos com o rompimento da produção do Classic” , afirma Moan.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, a reunião foi positiva. “A manutenção do acordo é fruto da mobilização dos trabalhadores. Nossos próximos passos serão focados na campanha salarial da categoria.”

A montadora alega que a produção do Classic se tornou economicamente inviável na cidade. De acordo com Moan, a GM produz, em média, 20 modelos do Classic por hora em São José, 50 modelos em São Caetano do Sul e 66 modelos por hora na fábrica de Rosário, na Argentina.

Dutra

Também hoje, o Ministério Público Federal obteve uma liminar que proíbe o sindicatode interditar a Via Dutra durante seus protestos e manifestações. Em caso de descumprimento, a multa diária é de R$ 50 mil.

O procurador da República Ricardo Baldani Oquendo, autor do pedido de proibição, alega que os bloqueios violam direitos e causam prejuízos. “Certamente muitas das pessoas paradas nos congestionamentos experimentaram danos financeiros e de outra natureza em virtude do atraso que sofreram”, disse