Funcionários da USP permanecem acampados na reitoria

Trabalhadores reivindicam negociação com conselho de reitores das universidades estaduais paulistas e pagamento dos dias parados

Quadro satiriza o reitor da USP, João Grandino Rodas, na recepção da reitoria, ocupada por funcionários em greve na USP (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

São Paulo – Acampados na reitoria desde a terça-feira (8), os funcionários da Universidade de São Paulo (USP) afirmam que só deixarão o prédio quando o reitor decidir negociar “de verdade”. “O reitor diz que houve várias negociações, mas é mentira”, diz Neli Wada, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).

Os trabalhadores estão em greve desde o dia 5 de maio e decidiram ocupar a reitoria depois que cerca de mil trabalhadores tiveram o ponto cortado. “De 900 a 1000 pessoas ficaram sem receber os dias parados e foram prejudicados”, detalha Neli.

Segundo a diretora, o reitor criou uma comissão de negociação que não tem autonomia para decidir. “Houve uma negociação e eles apresentaram  um acordo final de greve, que previa pagamento dos dias parados no dia 10, se voltássemos no dia 7, sem incluir nenhum ponto de nossa pauta”, explica.

Reivindicações

Os trabalhadores querem reajuste de 6%, que devolveria à categoria a isonomia com os professores da USP, Unesp e Unicamp; pagamento dos dias parados; reabertura de negociação com o Conselho de Reitores das Universidades Paulistas (Cruesp) e negociação de pauta específica com a reitoria da USP.

Os trabalhadores rejeitaram o acordo por considerá-lo unilateral. “Só tinha benefícios para a reitoria”, dispara. “Todos os anos eles prometem, a gente assina acordo e eles não cumprem. Como acreditar agora?”, indaga a dirigente sindical.

Na audiência pública convocada nesta quinta-feira (10), pelo deputado Carlos Gianazzi (PSOL-SP), na tentativa de iniciar o diálogo entre reitores e trabalhadores, nenhum reitor compareceu, informa Neli.

Adesão

Segundo o Sintusp, na quarta-feira (9), os funcionários do câmpus da USP de Pirassununga aderiram ao movimento. Em Piracicaba e Ribeirão Preto, os campi estão com 90% dos funcionários parados e em Bauru e São Carlos, 50% estão em greve, divulgou a entidade.