Funcionários da reitoria da USP decidem por primeira greve da gestão Rodas

Sindicato enviará abaixo-assinado para reitor com objetivo de audiência com os trabalhadores

São Paulo – Os funcionários da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) decidiram em assembleia, nesta quinta-feira (14), iniciar uma paralisação por tempo indeterminado. Eles rechaçam a transferência de trabalhadores para locais distantes do campus universitário da zona oeste sem oferecer justificativas. Dos 900 funcionários, mais de 300 dos departamentos financeiro, de informática e administrativos foram deslocados pela reitoria para outros locais.

O Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) desmentiu a informação veiculada pela imprensa de que a reitoria estaria disposta a discutir a transferência dos funcionários, além de que houve a consulta e consenso sobre os locais. Em carta direcionada ao reitor da USP, o professor João Grandino Rodas, o sindicato solicita uma audiência para tratar o assunto, junto com abaixo-assinado com mais de 400 assinaturas.

A greve é a primeira aprovada desde a posse de Rodas, em 2009. Ele foi nomeado pelo então governador José Serra (PSDB), que preferiu o nome do docente da Faculdade de Direito São Francisco em detrimento do mais votado na eleição entre professores.

Magno de Carvalho, diretor da Sintusp, avalia que a situação com os deslocamentos considerados desnecessários de funcionários de longa data se tornou insustentável. “Estamos tentando uma comissão com o reitor há dois meses, vamos ver se agora eles respondem com a greve”. Está marcada reunião nesta sexta-feira (15) pela manhã com os funcionários em frente à reitoria. “Esperamos que até lá já haja sinal de negociação”, pontuou Carvalho.

O prédio da reitoria da USP está fechado desde a última sexta-feira (8) por conta do bloqueio feito pelos trabalhadores terceirizados de uma empresa que presta serviços de limpeza. O contrato foi rescindido pela USP sem que os funcionários recebessem os salários de março e os direitos com a rescisão. Algumas aulas foram canceladas devido ao excesso de lixo nos campus.