Em São Paulo, sindicato promete tirar ônibus das ruas por reajuste, e prefeitura não adota plano de emergência

SPTrans declarou ainda não ter plano para a falta de transporte coletivo em horário crítico por informações desencontradas. Trabalhadores fazem assembleia nesta quarta para decidir sobre greve

Número de ônibus circulando no horário da volta para casa pode ser reduzido (Foto: Jailton Garcia)

São Paulo – Em protesto por aumento salarial, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Rodoviário de São Paulo (Sindimotoristas-SP) promete reduzir o número de veículos nas ruas da capital paulista no final da tarde desta terça-feira (17). Os ônibus recolhidos às garagens não serão colocados nas vias, como ocorre diariamente nos horários de maior público para atender ao aumento da demanda. Os funcionários de manutenção estão em greve, mas os ônibus que já estão em circulação devem ser mantidos.

Apesar da iminência de dificuldades no trânsito e no transporte público, a São Paulo Transporte (SPTrans), empresa da prefeitura que gerencia o transporte coletivo de ônibus municipais, informou à Rede Brasil Atual ainda não haver plano emergencial. O motivo para a falta de planos é que as informações a respeito do protesto estão “desencontradas”. O órgão afirma ainda que, até as 16h (horário do contato), não havia nenhuma anormalidade no sistema.

Segundo informação do Sindimotoristas, cerca de 2.000 mil carros não prestarão serviço à população. Haverá assembleia nesta quarta-feira (18) para discutir a possibilidade de greve.

Os motoristas e cobradores reivindicam, em campanha salarial, mais diálogo com o setor patronal. Eles dizem que os representantes das empresas sequer compareceram às negociações. A proposta do sindicato é de aumento de 6,68% acima da inflação e participação nos lucros ou resultados (PLR) de R$ 1.100, além de plano de saúde à escolha do trabalhador e aumento do valor do tíquete refeição.

O sindicato patronal, o SP-Urbanuss, oferece 5,5% de reajuste e PLR de R$ 300 aos motoristas e R$ 200 aos cobradores. A entidade garante que as negociações estão abertas e que, caso não haja reajuste imediato, os trabalhadores receberão o valor reatroativo à data-base – 1º de maio.