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Bancos protelam negociação de reajuste para dia 25

Na quarta rodada de discussões para renovação de convenção coletiva, prevista para debate de propostas econômicas, Fenaban não apresenta índice de reajuste

Bancários SP

Bancários esperam “proposta condizente com os ganhos bilionários dos bancos” em próxima reunião

São Paulo – Os representantes dos bancos se recusaram a apresentar proposta de reajuste, durante a quarta rodada de negociação entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários. Após a reunião encerrada ontem (16), os bancários protestaram e questionaram a demora. A pauta de reivindicações foi apresentada no dia 11 de agosto e a data-base da categoria é 1º de setembro. Uma nova reunião foi marcada para o próximo dia 25.

Os bancários querem reajuste de 16% para os salários, além de valorização da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), piso e vales, e o fim das metas abusivas e do assédio moral. “Não pode passar do dia 25 a apresentação dessa proposta. Se os bancos vierem para a mesa com proposta ruim, estaremos prontos para reagir”, declarou Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do comando.

Os representantes dos trabalhadores lembraram que há décadas o setor acumula lucros exorbitantes, independentemente das condições gerais da economia. No primeiro semestre deste ano, o lucro acumulado pelas cinco maiores instituições financeiras do país alcançou R$ 36,3 bilhões, com crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. “Mesmo assim, eles demitem trabalhadores e aumentam as taxas de juros para os clientes”, lembrou Juvandia. Ela espera para a próxima reunião uma proposta condizente com o desempenho do setor.

A Fenaban utilizou a crise como argumento e um suposto aumento da inadimplência para justificar a falta de proposta de reajuste. A presidenta do sindicato rebate: “A inadimplência total do sistema financeiro nacional está em 3%, estável no último ano. Além disso, com os cortes e a rotatividade, os gastos do setor com salários são menores que o aumento real médio que conquistamos. Ou seja, os bancos estão devendo muito para os trabalhadores”.

Com informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo