Data-base em 1º de setembro

Campanha dos bancários cobrará índice de 14,78% para os salários

Comando Nacional, que representa mais de 90% dos 521 mil trabalhadores no setor, espera se reunir com federação dos bancos no dia 9 para entregar reivindicações e abrir agenda de negociações

Mauricio Morais/Seeb-sp

Conferência reuniu mais de 600 delegados em São Paulo

São Paulo – A conferência nacional dos bancários aprova hoje (31) a pauta completa de reivindicações a ser levada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O índice de reajuste a ser pleiteado já foi definido em 14,78% a partir de 1º de setembro (data-base), que inclui a recomposição da inflação estimada em 9,31% (entre setembro do ano passado e agosto deste ano), acrescida de 5% de aumento real.

A conferência reuniu neste fim de semana em São Paulo 633 delegados, representantes de entidades sindicais de todos os estados e do Distrito Federal. A categoria é formada por 512 mil bancários de bancos públicos e privados. O Comando Nacional da Categoria deve se reunir com a Fenaban no próximo dia 9 para apresentar a pauta para renovação da convenção coletiva.

A secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Maria da Silva, diz que o mote da campanha, “Só a participação te garante”, remete à responsabilidade dos trabalhadores na tarefa de alcançar um acordo justo. “No ano passado, quando os banqueiros fizeram uma proposta ridícula, toda a base respondeu com uma greve fortíssima, de 20 dias, que fez dobrar a proposta”, lembra.

A participação nos lucros ou resultados (PLR) a ser cobrada dos bancos será de de três salários mais uma parcela fixa adicional de R$ 8.317,90. A categoria reivindica ainda um 14º salário. Para o piso, o salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24, valor mais recente). O valor do vale-alimentação e da 13ª cesta reivindicado é de R$ 880. Para o vale-refeição, R$ 40 ao dia.

A conferência aprovou ainda a divulgação de um manifesto contra o golpe e contra a retirada de direitos, assinado por algumas das maiores centrais sindicais do país.

“Os bancários estão mobilizados para fazer uma campanha forte e organizada em torno das suas conquistas. A diferença é que, este ano, estaremos unidos a trabalhadores de outras categorias que também têm suas campanhas no segundo semestre contra as diversas ameaças de retirada dos nossos direitos. Rumo a uma greve geral contra a precarização do trabalho que está sendo imposta pelo governo interino e apoiada por empresários e banqueiros”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. “Somos milhões em todo o Brasil e haverá uma grande mobilização caso insistam em avançar contra conquistas históricas dos trabalhadores como o direito à aposentadoria.”

Além da unidade entre trabalhadores de bancos públicos e privados, os bancários aprovaram estratégias de luta conjunta com outras categorias em defesa dos empregos, pelo fim das demissões imotivadas, da terceirização, em defesa das empresas públicas.

Com informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região

Assista a vídeos com o tema da campanha e sobre as expectativas para o início das negociações.