campanha salarial

Contra perda salarial proposta pela Fenaban, bancários ameaçam parar dia 6

Apresentada hoje, na sexta e última rodada de negociações, além de não avançar, oferta patronal impõe perda real de 2,8% aos salários da categoria

SP Bancários

Para Juvandia, proposta dos bancos não respeita as necessidades salariais dos trabalhadores

São Paulo – Os bancários consideraram “desrespeitosa” a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentada hoje (30) na sexta e última rodada de negociações da campanha salarial deste ano. Os banqueiros ofereceram reajuste salarial de 6,5% (abaixo da inflação do período que ficou em 9,57%, o que representa perda real de salários de 2,8%), abono de R$ 3 mil e adoção da licença-paternidade de 20 dias a partir de janeiro de 2017. Diante da oferta, os sindicatos vão defender em assembleias a decretação de greve a partir do próximo dia 6. Em São Paulo, o sindicato vai reunir a categoria quinta-feira (1º), a partir das 19h, na sua quadra, no centro.

“Os banqueiros apresentaram aos seus empregados uma proposta rebaixada, que não respeita as necessidades da categoria e nem garante sequer a reposição da inflação para os salários, PLR, vales”, criticou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.

A proposta patronal inclui as mesmos critérios de 2015 para a bonificação por Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) e a extinção do vale-cultura a partir de dezembro, se não for renovado pelo governo federal. Segundo o sindicato, nenhuma reivindicação seria atendida quanto à proteção aos empregos, melhores condições de trabalho, saúde, segurança, fim da desigualdade entre homens e mulheres, vale-refeição durante a licença-maternidade.

Os bancários, com data-base em 1º de setembro, reivindicam, além do reajuste salarial de 14,78% (sendo 5% de aumento real), PLR de três salários mais R$ 8.297,61, o valor de um salário mínimo (R$ 880) para os vales alimentação e refeição, também para a 13ª cesta e o auxílio-creche, e piso salarial calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24). Eles também querem garantias de manutenção do emprego e melhorias em saúde, segurança e igualdade de oportunidades.

Somente no primeiro semestre deste ano, os bancos lucraram R$ 29,7 bilhões. Mas, nos sete primeiros meses do ano extinguiram 7.897 postos de trabalho dos bancários. “Seja nas demissões promovidas pelos privados, ou nos planos de aposentadorias dos públicos, o fato é que faltam funcionários, o que prejudica o atendimento, causa sobrecarga de trabalho e adoecimento. Mas também para isso os bancos não trouxeram absolutamente nenhuma resposta”, afirmou Juvandia.

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