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Bancários em greve rejeitam nova proposta que impõe perda real de salários

Em negociação hoje (9), Fenaban ofereceu 7% de reajuste, com perda salarial de 2,39%, e abono de R$ 3.300; proposta foi rejeitada e greve continua

sindicato dos bancários

Greve continua: no primeiro semestre os bancos tiveram um resultado de R$ 107,2 bilhões com títulos

São Paulo –  O Comando Nacional dos Bancários rejeitou hoje (9) proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 7% (com 2,39% de perda salarial) e abono de R$ 3.300. A oferta anterior era de 6,5%, o que representa perda real de 2,8% e abono de R$ 3 mil. Uma nova reunião será realizada terça-feira (13) às 14h. Até lá, a greve, que já completa quatro dias, será mantida. O Sindicato dos Bancários de São Paulo fará assembleia segunda-feira (12), a partir das 17h, em sua quadra.

“Já avisamos que esse modelo que traz perdas para os trabalhadores não será aceito. A Fenaban precisa convencer os bancos a pagar aos seus funcionários um justo reajuste salarial. Também queremos que na terça-feira tragam resposta para outras reivindicações fundamentais para a categoria, como a proteção aos empregos, mais contratações pra acabar com a sobrecarga de trabalho, melhores condições de trabalho, auxílio-creche maior, vale-refeição na licença-maternidade”, ressalta Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

“O setor mais lucrativo do país negou as principais reivindicações da categoria, com o argumento que a economia esta incerta, mas só no primeiro semestre os bancos tiveram um resultado de R$ 107,2 bilhões com títulos, muito influenciados pelo elevado patamar da taxa Selic no país. Enquanto todos perdem os bancos seguem ganhando”, disse a dirigente.

O presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários, Roberto von der Osten, afirma que a resposta dos bancários será o crescimento do movimento grevista em todas as regiões do país. “A Fenaban continua querendo impor aos bancários um reajuste que não queremos, abaixo da inflação e com artifícios para compensar as perdas deste índice rebaixado. Nossa resposta já está dada, vamos continuar lutando e esperamos que na próxima rodada de negociação os bancos nos apresentem uma proposta decente. Unidade e mobilização não faltam à categoria, que já mostrou sua força nesta primeira semana de greve, quando batemos o recorde de paralisações no primeiro dia”, afirmou.

A categoria, com data-base em 1º de setembro, entregou a pauta de reivindicações no dia 9 de agosto e, após seis rodadas de negociação com a Fenaban, não houve acordo para o índice de reajuste e demais reivindicações.

Entre as reivindicações dos bancários estão: reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho), PLR de três salários mais R$ 8.317,90, combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual, fim da terceirização, mais segurança, melhores condições de trabalho. A defesa do emprego também é prioridade, assim como a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.

Balanço

No quarto dia de greve, 10.027 agências e 54 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas, nesta sexta, em todo o Brasil. Este número representa 42,59% das agências bancárias do país. Na base do sindicato de São Paulo, são890 locais de trabalho, sendo 17 centros administrativos e 873 agências parados.