Bancários, metalúrgicos e trabalhadores dos Correios fecham a semana em greve

São Paulo – Bancários, metalúrgicos e trabalhadores nos Correios fecharam a semana em greve e tentando manter negociações. No primeiro caso, o comando nacional da categoria reuniu-se hoje (21) e […]

São Paulo – Bancários, metalúrgicos e trabalhadores nos Correios fecharam a semana em greve e tentando manter negociações. No primeiro caso, o comando nacional da categoria reuniu-se hoje (21) e ficou na expectativa de algum contato da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o que não ocorreu. A categoria já rejeitou, em assembleias, a proposta de 6% de reajuste na data-base (1º de setembro) – a reivindicação é de 10,25%. Os metalúrgicos têm fechado acordos com empresas, que já abrangem a maior parte da base no sindicato do ABC paulista. E os Correios informaram que farão mutirões no fim de semana para “colocar em dia a entrega de cartas e encomendas à população”. Sem acordo na negociação direta, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) deverá julgar o dissídio coletivo nos próximos dias.

“Os bancos perderam mais uma grande oportunidade para retomar as negociações e apresentar nova proposta aos bancários, ignorando a presença do comando nacional em São Paulo durante toda esta sexta-feira”, criticou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro.

Segundo balanço divulgado pela entidade – com base em informações dos 123 sindicatos e dez federações que compõem o comando –, no quarto dia de greve foram fechados 9.092 agências e centros administrativos nos 26 estados e no Distrito Federal. Na greve de 2011, o movimento atingiu 7.865 agências no quarto dia. Na base do sindicato de São Paulo, Osasco e Região, a paralisação hoje envolveu  35.770 trabalhadores e fechou 711 locais, sendo 32 centros administrativos.

 Correios

Em paralisação desde quarta-feira (19) –  e desde a semana passada em Minas Gerais e no Pará –,  os trabalhadores dos Correios ganharam hoje a adesão de trabalhadores do município de Ribeirão Preto (SP). Parte dos funcionários dos Correios de Rondonópolis (MT) também aderiu à greve hoje. Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos (Fentec), a estimativa de adesão ao movimento é de 70% a 80%, dependendo da região do país. Já os Correios informaram que 91% dos funcionários trabalharam normalmente.

Na próxima segunda-feira (24), a categoria vai realizar um ato público em frente à sede da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), em Brasília. Ontem, a ECT confirmou que uma de cada quatro encomendas pode sofrer atraso de até um dia na entrega em razão da greve.

Metalúrgicos

Os 14 sindicatos metalúrgicos filiados à FEM-CUT, federação estadual da categoria em São Paulo, estão fazendo diariamente assembleias nas portas de fábricas, atrasos nos turnos e paralisações para atingir o índice de 8% de reajuste, entre inflação e aumento real. Até agora, as contrapropostas dos grupos patronais atingiram no máximo 7,5% de reajuste, já rejeitadas nas assembleias. Em razão desse impasse, diversas empresas têm procurado os sindicatos para propor o aumento de 8%, evitando a paralisação. O único grupo a fechar acordo, até agora, foi o de fundição.

Na base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, 67 mil trabalhadores em 126 empresas já conquistaram os 8%. O número é equivalente a 65% da categoria em São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Petroleiros

Na próxima quarta-feira (26), os petroleiros devem fazer uma paralisação de 24 horas, devido ao impasse nas negociações salariais. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), várias assembleias já aprovaram a paralisação. Outras serão realizadas até terça-feira. A Petrobras ofereceu 6,5% de reajuste, proposta rejeitada pelos trabalhadores.