Campanha salarial

Bancários fazem assembleia nesta terça, prestes a completar duas semanas de greve

Segundo sindicalista, estratégia usada pela categoria tem ajudado a ampliar movimento

Gerardo Lazzari/Seeb São Paulo

No 12º dia, a greve atingiu 10.822 agências e centros administrativos em todo o país

São Paulo – Bancários de São Paulo, Osasco e região se reúnem em assembleia amanhã (1º), a partir das 17h, na quadra da entidade, na região central, para avaliar os rumos do movimento. A categoria está em greve desde o dia 19, depois de o Comando Nacional dos Bancários rejeitar a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), para reajustar os salários em 6,1%, sem aumento real.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a presidenta do sindicato, Juvandia Moreira, afirma que o movimento de paralisação tem se fortalecido. “Adotamos algumas estratégias e centralizamos forças em setores específicos, como call centers, TI, câmbio e operações. A greve tem seguido bem esse modelo e enquanto a Fenaban continuar em silêncio, nós vamos continuar fortalecendo nosso movimento.”

Segundo balanço da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf), hoje (30) foram paralisadas as atividades em 10.822 agências e centros administrativos, nos 26 estados e no Distrito Federal. Em São Paulo, a greve atingiu 749 locais de trabalho, com a adesão de aproximadamente 23 mil trabalhadores.

Na sexta (27), os representantes do Comando Nacional encaminharam uma carta ao setor patronal, reiterando a disposição para negociar a partir de uma nova proposta que seja superior à já rejeitada. A pauta com as reivindicações da categoria foi entregue no dia 30 de julho e a última reunião entre os trabalhadores e a Fenaban ocorreu no dia 5 de setembro.

Os bancários reivindicam 5% de aumento real (acima da inflação), piso salarial de R$ 2.860,21 e três salários mais R$ 5.553,15 de participação nos lucros ou resultados (PLR). Também querem melhoria nas condições de trabalho, com mais contratações, combate à terceirização e fim de pressão pelo cumprimento de metas abusivas, entre outros.

A categoria tem data-base em 1º de setembro. São aproximadamente 500 mil bancários no país e o acordo coletivo tem validade nacional.