Bancários chegam ao sexto dia de greve

Sem propostas, mais 312 agências não abriram suas portas nesta segunda-feira (04)

Agências de todo o país aderem à greve (Foto: Divulgação)

São Paulo – A greve dos bancários completa seis dias nesta segunda-feira (4) sem previsão de retorno às atividades. Após o final de semana, a paralisação continuou avançando, segundo o comando de greve. No Brasil inteiro, 312 novas agências interromperam atividades – agora, são 6.527 as unidades fechadas, no total. Esses números apontam um crescimento de 68,9% em relação ao início da greve, na quarta-feira (29). As agências do centro da cidade de São Paulo, como na Praça do Patriarca e Boa Vista, permanecem parados.

Segundo Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), os bancários continuam empenhados. “O final de semana não esfriou a mobilização dos bancários. Ao contrário, a categoria está demonstrando sua capacidade de resistência e enfrentamento”, avalia.

Juvândia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, afirma que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ainda não fez proposta. “O fim da greve está nas mãos dos banqueiros. A categoria não sai da greve sem aumento real de salários, piso e PLR (participação nos lucros ou resultados) maiores, além de melhores condições de saúde. Queremos negociação, mas até agora, os bancos não marcaram nenhuma data”, ressalta.

Em nota de apoio, a CUT reforçou os princípios da greve e afirmou que a postura das empresas conduziu os trabalhadores à paralisação. “Trata-se de uma greve inevitável, forjada pela insensibilidade e inflexibilidade dos bancos, que a despeito de todo o lucro que vêm amealhando ao longo dos últimos anos e do ambiente estável e de crescimento econômico, construído pelos brasileiros e brasileiras, respondem à justa demanda dos bancários com uma proposta de reajuste que seria risível, não fosse ofensiva”, diz a nota assinada pelo presidente da CUT, Artur Henrique.

Reivindicações da categoria

  • 11% de reajuste salarial.
  • Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.
  • PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.
  • Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.
  • Previdência complementar em todos os bancos.
  • Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.
  • Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas, reversão das terceirizações e fim da precarização via correspondentes bancários.
  • Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.
  • Planos de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) em todos os bancos.