Tecnologia

Metalúrgicos querem respeito aos trabalhadores em acordos com chineses

Moisés Selerges, presidente do sindicato do ABC, disse em entrevista ao programa “Revista Brasil TVT” que investimentos precisam vir com liberdade de organização. E acordos têm de prever transferência de tecnologia

(Ricardo Stuckert)
(Ricardo Stuckert)
Selerges falou também sobre a necessidade de acordos preverem transferência de tecnologia

São Paulo – O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, disse em entrevista ao Programa Revista Brasil TVT, da Rede TVT, que o respeito aos trabalhadores tem de ser ponto fundamental para empresas chinesas com interesse em trazer investimentos para o país. Moisés fez parte da comitiva brasileira chefiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve no país oriental no início do mês. Foram fechados 15 acordos com os chineses, somando US$ 50 bilhões. A entrevista foi ao ar na noite de sábado (22). Assista abaixo à íntegra.

Moisés Selerges iniciou a conversa ressaltando a inclusão dos trabalhadores no grupo oficial da visita à China. “Isso é um recado importante, porque os trabalhadores são importantes nesse processo de reconstrução do Brasil, afinal de contas são os mais prejudicados no último período.”

Liberdade de organização

A seguir, o líder sindical comentou que, em Pequim, ocorreram conversas com federações de sindicatos chineses “onde deixamos claros que a relação comercial é importante, mas que as empresas chinesas que vierem investir no Brasil têm de vir sabendo que é importante a liberdade de organização dos trabalhadores”. Ressaltou também que os investimentos feitos no Brasil precisam ter produção no país “para gerar empregos aqui”.

Semicondutores

Moisés também falou sobre tecnologia, citando semicondutores. “‘Hoje é tudo semicondutor e as empresas, aqui, pararam porque não tinha semicondutor. É importante trazer essa tecnologia para cá. Não quero ficar dependendo dos chineses ou de qualquer outro país para que possamos ter a nossa produção”, afirmou. Para exemplificar, ele lembrou da compra de caças pela Força Aérea nas gestões Lula e Dilma, quando o acordo foi fechado com os suecos em detrimento de franceses e estadunidenses. “Os suecos toparam transferir tecnologia”, disse. “Senão, não tem acordo. Penso eu que o governo está atento para esse debate.”


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