2º dia de Greve

Motoristas e cobradores de São Paulo acusam sindicato de agir contra trabalhadores

Representantes do movimento iniciado ontem, dos sindicatos patronal e dos trabalhadores e do Ministério do Trabalho e Emprego se reúnem em São Paulo para negociar o fim da greve

Cartaz afixado por grevistas do lado de fora da garagem da empresa de ônibus Santa Brígida, na zona oeste

São Paulo Representantes dos trabalhadores das empresas Sambaiba, Gato Preto e Santa Brígida participam na tarde de hoje (21) de uma reunião na sede da Superintendência Regional do Trabalho, no centro de São Paulo, com representantes do sindicato patronal, do sindicato dos trabalhadores e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De acordo com os trabalhadores, a direção do sindicato, que foi apoiada pela maior parte da categoria nas eleições, agiu sem ouvi-los ao aceitar a proposta das empresas, de reajuste de 10% do salário e aumento do vale-refeição em R$ 2 por dia. Para eles, a maior prova de que o acordo não representa a vontade dos trabalhadores é a adesão de 16 das 29 garagens do sistema à greve iniciada ontem e que continua hoje.

Os trabalhadores querem aumento de 30%, além de reajuste de outros benefícios e melhores condições de trabalho. “Eles [sindicato dos trabalhadores] marcaram a última assembleia para o dia 19 deste mês, uma segunda-feira. Mas diretores do próprio sindicato já diziam, no domingo passado, que o nosso presidente tinha feito um acordo salarial. Ou seja, a maioria dos funcionários ia fazer o que lá? Bater palma para tolo? Já estava tudo acertado. A gente estava de laranja na história”, afirmou Luís Pereira, motorista da empresa Sambaiba, antes de a reunião começar. Cerca de quatro mil rodoviários teriam participado da assembleia, de acordo com o sindicato.

Depois da rodada de negociação, mediada pelo Superintendente Regional do Trabalho Luiz Antonio Medeiros, os trabalhadores farão outra assembleia para decidir se aceitam ou não a nova proposta a ser apresentada.

Até às 16h de hoje, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), estavam total ou parcialmente bloqueadas por ônibus abandonados as seguintes vias: avenida Francisco Morato, rua Butantã, avenida Faria Lima, rua Cardeal Arcoverde, rua Eusébio Matoso, rua Bom Pastor e avenida João Dias.