paralisação

Trabalhadores da Fundação Casa, em São Paulo, entrarão em greve nesta quinta

Negociação com a diretoria da entidade e a Secretaria de Planejamento terminou sem acordo. Trabalhadores pedem reajuste total de 53,63%

SITRAEMFA

Trabalhadores realizaram passeata na última quarta-feira (2) pela campanha salarial

São Paulo – Trabalhadores da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Casa) decidiram entrar em greve a partir de amanhã (10). A categoria se reuniu pela segunda vez ontem (8) com a Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo e com a diretora da instituição, Berenice Maria Giannella. No entanto, não houve acordo sobre as reivindicações, e os trabalhadores decidiram pela paralisação, em assembleia realizada hoje (9) na sede da entidade, no bairro da Luz, região central.

Na pauta de reivindicações, entregue no início de março, os servidores pedem reajuste de 23,63%, incluindo 5% de aumento real (acima da inflação), 7,2% a título de reposição de perdas nos últimos 12 meses e 8,43% para recomposição de perdas acumuladas entre 2002 e 2013, segundo estudo realizado pelo Dieese, além de 3% para pagamento a título de produtividade. Em contraposição, a Fundação Casa ofereceu correção de 3,97% para reposição da inflação, valendo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pela Fipe, e 2,2% como valorização.

Além do aumento real, o Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo (Sitraemfa) pede 30% de reajuste para cobrir a troca do plano de saúde e quer rever a reposição de perdas e a isonomia do Plano de Cargos e Salários.

De acordo com o presidente da entidade, Aldo Antonio, a Secretaria de Planejamento alegou não ter recursos para aprovar as reivindicações dos trabalhadores. “A diretoria fez uma contraproposta insuficiente, então decidimos pela greve.” O sindicato enviou ofício ao Ministério do Trabalho e espera que o órgão realize uma reunião de conciliação.

A categoria também pede a contratação de funcionários. Segundo Antonio, quase todas as unidades da Fundação Casa operam com equipe defasada. Atualmente, cerca de 13 mil trabalhadores atuam nas 178 unidades estaduais do centro carcerário de medidas socioeducativas destinadas ao adolescente. O sindicato defende que seria necessário contratar mais 5.200 pessoas para assegurar segurança no local de trabalho e o funcionamento normal das unidades.

Durante a greve, 30% dos trabalhadores irão assegurar alimentação e serviços de higiene e saúde dos internos. Entretanto, aulas e atividades esportivas serão suspensas. “Não há número suficiente de funcionários para tocar o modelo socioeducativo proposto pelo órgão. Com isso, nós não conseguimos garantir nem o atendimento aos detentos, nem oferecer segurança no local de trabalho”, diz o presidente do Sitraemfa.