São Paulo – A disputa pelo comando da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) tem um novo desdobramento. Em congresso na última sexta-feira (4), legitimado pela Justiça, Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, foi eleito presidente da central, revertendo o quadro contra o então líder da entidade, Antonio Neto. O Tribunal de Justiça de São Paulo, que havia decidido manter Neto no comando da central, voltou atrás e manteve a realização do congresso para a eleição do então vice, o Bira.

Segundo a assessoria de Antonio Neto, o sindicalista – filiado ao PMDB – deve esperar por uma nova decisão judicial sobre a validade do congresso da última semana, mas reconhece que até o momento o comando da CGTB está nas mãos de Bira.

O impasse na diretoria segue desde julho, quando duas chapas, uma encabeçada por Neto e outra por Bira, organizaram congressos em locais diferentes e proclamaram-se eleitos para presidir a central. Houve uma disputa para assegurar o registro das atas da eleição, e o caso acabou sendo levado à Justiça. Em setembro, o tribunal determinou a realização de novo congresso para a escolha do novo presidente. Os trâmites judiciais, porém, continuam.

Bira, ligado ao antigo Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), afirma que 825 delegados compareceram ao evento de sexta e aprovaram as diretrizes que a CGTB pretende levar adiante, como a pressão por redução da taxa de juros e crescimento do emprego. Também foi eleita uma nova diretoria. Em nota, a central afirma que a realização do novo congresso foi providenciada dentro das determinações judiciais.

Em publicação no seu blogue pessoal, datada da última sexta, Neto afirma que “é possível que os militantes do ex-MR8 se apresentem como representantes legais da CGTB”, por meio do que ele chamou de “manobra jurídica bem sucedida”. Entretanto, o sindicalista diz não ter desistido de lutar contra o “aparelhismo” da chapa de seu adversário, como o acusa. O futuro dos sindicatos filiados à central seria decidido em breve, segundo ele.

Apesar da incerteza de Neto dentro da central, sua assessoria nega que exista, “no momento”, a intenção de o dirigente trocar de entidade.