Em SP, trabalhadores param Hospital do Servidor Público Municipal nesta 3ª

São Paulo – Trabalhadores da saúde do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) entraram em greve, por tempo indeterminado, nesta terça-feira (5), na capital paulista. Os servidores realizaram três assembleias, […]

São Paulo – Trabalhadores da saúde do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) entraram em greve, por tempo indeterminado, nesta terça-feira (5), na capital paulista. Os servidores realizaram três assembleias, ao longo da segunda-feira (4) e desta terça para definir pela greve.

De acordo com a diretora do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), Irene Batista de Paula, os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 22,95%, melhoria nas condições de trabalho e abertura de concurso público. “A categoria está há 16 anos sem reposição de perdas”, afirma.

Uma trabalhadora que preferiu não se identificar contou à reportagem que é comum os profissionais que passaram em concurso desistirem de trabalhar no hospital na hora de assumir o cargo. “O salário aqui equivale à metade do salário pago pelo mercado”, descreve. “No último concurso para anestesistas, de 20 aprovados, apenas um ficou”, atesta.

A própria trabalhadora cita que seu salário líquido é de R$ 890, mas em instituições privadas colegas ganham perto de R$ 2 mil, mais benefícios.

Os trabalhadores também criticam o plano de carreira, que apesar de ter sido implantado em 2004 deixou de avaliar os trabalhadores a cada dois anos, como era previsto. “Só houve avaliação em 2010 e apenas 800 trabalhadores dos quase 2 mil foram beneficiados”, analisa Irene.

Outro problema no hospital é o crescimento das terceirizações. A diretora do Sindsep alerta para a diferaença de salários dos servidores públicos e dos terceirizados e o sentimento de desvalorização da categoria. “Os servidores se sentem pouco valorizados em meio a esse quadro de baixos salários, falta de funcionários e terceirização. Os trabalhadores de outras empresas ganham duas vezes mais.”

Negociação

Segundo Irene, o sindicato encaminhou pauta de negociação à Prefeitura em fevereiro deste ano. Mas, apesar de várias reuniões, o Executivo não apresentou propostas para a categoria.

Diante do movimento grevista, a Secretaria Municipal de Gestão Pública informou que só haverá negociação se a greve for suspensa. “Engraçado porque estamos negociando há meses, e nada de concreto foi apresentado. Não faz o mínimo sentido dizer que vai negociar se acabar a greve”, critica a dirigente do Sindsep.

Os trabalhadores mantêm as atividades essenciais do HSPM em funcionamento.