Guardas civis em greve fazem passeata no centro de São Paulo

Sindicato alega que salários de guardas civis de São Paulo estão entre os menores da categoria

Trabalhadores em greve em manifestação pelas ruas do centro de São Paulo (Foto: Rede Brasil Atual/Jéssica Santos)

Aos gritos de “Fora Ortega” (secretário Municipal de Segurança Urbana, Edsom Ortega) mais de mil trabalhadores da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo pararam as ruas do centro da capital, numa passeata da prefeitura à Câmara Municipal. Boa parte dos manifestantes usavam nariz de palhaço, apitos e cornetas.

Na Casa Legislativa está em votação na tarde desta quarta (26) projeto da prefeitura que concede gratificação aos Policiais Militares em atividade no município.

“Não somos contra a gratificação, eles merecem. O problema é que os salários dos guardas municipais que lutam e botam a cara à tapa pelo prefeito é um dos menores dessa categoria no Brasil”, afirmou Emerson José Felizardo, secretário Jurídico, do SindGuardas-SP.

Com cerca de 70% do efetivo em greve, os grevistas foram até a Câmara escoltados por colegas de farda, que mantêm os 30% de trabalhadores em atividade exigidos por lei.

A reportagem da Rede Brasil Atual conversou com diversos guardas civis em serviço que se manifestaram a favor da paralisação. “Só estamos aqui porque foi acertado que 30% têm que trabalhar. Estamos na luta com eles”, relatou uma guarda civil.

O movimento

Os funcionários da GCM paralisaram suas atividades na terça-feira (25) reivindicando melhores condições de trabalho e aumento salarial.

Guardas civis se manifestam contra prefeito Kassab

De acordo com Emerson Felizardo, as bases da GCM nos bairros e mesmo no centro estão em péssimas condições. “Há bases com ratos e em geral elas não têm banheiros, falta higiene e equipamentos”.

A situação é difícil especialmente para as mulheres que trabalham na GCM, explica o dirigente sindical: “Elas enfrentam todo dia um local de trabalho sem banheiro e têm que sair pelos prédios em volta pedindo para usar”.

Faltam também uniformes, equipamentos de segurança e botas da corporação para os trabalhadores, relata o sindicalista.

Perfil da GCM

A Guarda Civil Metropolitana conta com um efetivo de 6.520 pessoas. O salário-base é de R$ 534,70, mas a maioria tem salário de aproximadamente R$ 855.

Clóvis Roberto Pereira, secretário de Finanças do SindGuardas, explica que os aumentos salariais da categoria são de 0,01% a cada ano. “Em cinco anos tivemos R$ 7 de aumento.”

“São 12 anos sem aumento efetivo”, ressalta o secretário jurídico do sindicato.

Pauta de reivindicações

• Recuperação das perdas salariais – 17,7%, com cálculos do Dieese dos últimos cinco anos

• Regime Especial de Trabalho Policial (RETP) – passar de 60% para 140% (esse item incorpora questões como adicionais de periculosidade, insalubridade, penosidade e noturno)

• Melhoria nas condições de trabalho