Em SP, servidores podem ficar dois anos sem reajustes

Segundo vice-presidente da CUT-SP algumas categorias já tem perda salarial de 250%

Os servidores públicos de São Paulo podem ficar, pelo menos, dois anos sem nenhum reajuste nos salários. É o que diz o vice-presidente da CUT/São Paulo, Carlos Ramiro de Castro.

“Na verdade o governador não prevê verbas para reajuste do salário do funcionalismo e para 2010 também não há previsão. Essa perda salarial durante todos esses anos já é quase de 250% e não negocia na data-base e em nenhuma hora”, disse ao Jornal Brasil Atual.

De acordo com ele, diversas categorias como o funcionalismo público clamam por reajustes e são ignorados. No entanto, garante que o governador José Serra (PSDB) está apenas interessado em se promover já que é um dos pré-candidatos à presidência da República em 2010. Como exemplo, cita o Bolsa Desemprego, que disponibilizará 40 mil vagas para cursos profissionalizantes.

 “O que eu estou vendo é que o governador Serra há muito tempo que não governa, ele estava como prefeito, o tempo todo não governou, simplesmente não desceu do palanque para se candidatar a governador, mesmo dizendo que não sairia. Entrou no governo do Estado, e também não está governando, a única preocupação dele é a eleição para presidente. Na verdade o governo do Estado de São Paulo em relação ao próprio serviço público está deixando muito a desejar e a cada ano que passa a qualidade desse serviço cai.”

O dirigente rebate as alegações de falta de verba. Ele até reconhece a possibilidade de queda na arrecadação neste ano, mas em 2008, por exemplo, a expectativa de entrada de R$ 107 bilhões nos cofres estaduais foi superada com a arrecadação de 13 bilhões acima do previsto. Enquanto isso, o gasto com mão-de-obra terceirizada passou de R$ 6 bilhões em 2002 para quase R$ 10 bilhões no ano passado.