Governo dos EUA agiu na Rússia para defender Visa e Mastercard
São Paulo – Alvos de hackers pró-Wikileaks, as operadoras de cartão de crédito Visa e Mastercard tiveram seus interesses defendidos pelo governo dos Estados Unidos, por meio da embaixada na […]
Publicado 09/12/2010 - 12h29
São Paulo – Alvos de hackers pró-Wikileaks, as operadoras de cartão de crédito Visa e Mastercard tiveram seus interesses defendidos pelo governo dos Estados Unidos, por meio da embaixada na Rússia. Em um telegrama de fevereiro de 2010, a mudança na legislação do país sobre o sistema de pagamentos foi barrada por pressão das empresas e de Washington, por ser vista como desfavorável às companhias cuja sede é nos Estados Unidos. Ambas as empresas estão sob fortes críticas por terem bloqueado os pagamentos para o Wikileaks.
Na quarta-feira (8), hackers invadiram páginas da Mastercard e da Visa na internet em protesto pela decisão na chamada “Operation Payback” (“Operação Troco”, em tradução livre). Outras empresas, como Amazon e PayPal, também cortaram vínculo com o WikiLeaks. O motivo apresentado oficialmente para a medida é que o site criado pela organização de Julian Assange tornou público o conteúdo de 250 mil telegramas confidenciais da diplomacia americana.
O documento que mostra a preocupação da embaixada dos EUA na Rússia foi assinado por Matias Mittman, especialista em assuntos econômicos do órgão. Segundo a análise do técnico, o Ministério das Finanças russo estaria articulando um novo sistema de pagamentos no país por meio de um projeto de lei. A mudança permitiria que um consórcio sediado na Rússia absorvesse todas as operações, podendo promover prejuízo às empresas que dominavam 85% do mercado de cartões de crédito.
A legislação proposta é classificada como “modelo chinês” por considerar que bancos públicos é que capitaneariam a administração das transações. Para permanecer operando, as empresas teriam ou de aderir ao sistema – com ganhos apenas em caso de viagem de russos ao exterior – ou competir com ele – o que significaria instalar estruturas na Rússia, dispendendo grande volume de recursos. A legislação foi barrada pelo presidente Dmitri Medvedev.
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