Kassab deve entregar 175 de mil leitos previstos até 2012 em São Paulo

São Paulo – Os três novos hospitais prometidos pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) para serem entregues até 2012 serão substituídos por hospitais adaptados em imóveis que a Prefeitura vai alugar. […]

São Paulo – Os três novos hospitais prometidos pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) para serem entregues até 2012 serão substituídos por hospitais adaptados em imóveis que a Prefeitura vai alugar. Dois deles terão 50 leitos e um, 75. Na proposta original, as três unidades deveriam oferecer 550 novos leitos. Também não saíram do papel a proposta de substituição de seis hospitais, a reforma de outros três e a construção de quatro centros de diagnóstico por imagem, que fazem parte da chamada PPP (Parceria Público-Privada) da Saúde. Ao todo, o atraso na construção dos equipamentos de saúde vai reduzir a 175 a entrega dos mil novos leitos prometidos.

A alteração no plano de metas da Prefeitura de São Paulo, chamado de Agenda 2012, foi anunciada pelo secretário municipal de Saúde, Januário Montone, na terça-feira (22), durante audiência pública sobre o Orçamento da Saúde para 2012. As regiões de Parelheiros (zona sul), Freguesia do Ó (zona oeste) e Vila Matilde (zona leste) estavam inicialmente escaladas para receber os novos hospitais, mas a Prefeitura preferiu implementar uma das unidades adaptadas em Capela do Socorro, no lugar de Parelheiros.

De acordo com Montone, a demora na construção dos 16 equipamentos de saúde por meio de PPPs deve-se ao fato de o mercado não ter recebido bem o modelo de garantia que a Prefeitura definiu para o cumprimento dos contratos. O edital de licitação já sofreu sete adiamentos por falta de propostas.

Para a vereadora Juliana Cardoso (PT), a PPP não avançou porque a prefeitura “não tem credibilidade no mercado”. “Nesse modelo, quem vencer a licitação só tem retorno do que for desembolsado após a entrega da obra. Mas terá direito a explorar serviços como nutrição, lavanderia e segurança nos equipamentos construídos durante 15 anos”. 

Estrutura “meia-boca”

Juliana classifica a nova estratégia da prefeitura de “plano B”, cujos resultados serão insuficientes. “Vão montar uma estrutura meia-boca e fazer hospitais de campanha. É um tapa-buraco que não alivia em nada os graves problemas de saúde na capital paulista”, avalia a parlamentar.

A vereadora também considera precária a proposta de adaptar três imóveis para implementar hospitais que deveriam ser totalmente novos e planejados para atender à falta de leitos, que já é crônica em São Paulo. “Já dá para antever que é uma ação bem precária, porque vão locar imóveis e depois deixá-los para organizações sociais administrarem.”

A petista também estranha que a Prefeitura instale três hospitais com poucos leitos e ao mesmo tempo mantenha a licitação da PPP para os outros três novos. “A parceira é uma proposta que não deu certo, mas se insiste em fazer dessa forma. Isso também demonstra que os três hospitais adaptados serão só um tapa-buraco para o prefeito não passar um carão de dizer que não fez nada.”