Em mais um caso relatado à CPI que investiga violações aos direitos humanos nas faculdades paulistas, aluno relata ofensas e humilhações em apresentação homofóbica

Estudo revela que 92% dos alunos que cursam a Faculdade de Medicina da USP sofreram pelo menos um tipo de violência. A pesquisa foi citada nesta terça-feira (20/01), durante sessão da CPI das Universidades, na Alesp, pela professora Maria Fernanda Tourinho Peres, do Departamento de Medicina Preventiva, da Faculdade de Medicina da USP. A antropóloga Heloisa Buarque de Almeida, professora de antropologia da USP, falou na CPI sobre o ritual perverso do trote nas universidades. Reportagem Marilu Cabañas.

Estudante que não suportou a violência e abandonou curso diz à CPI das universidades paulistas que brutalidade conta com a conivência de diretores e professores. 'Negligência é chocante', diz advogado

Proibir festas não garante fim de atos violentos na USP e postura do reitor Marco Antonio Zago durante reunião do Conselho Universitário foi autoritária, dizem líderes estudantis. As declarações foram dadas nesta quinta-feira (18/12), durante audiência da CPI que apura violações dos direitos humanos nas universidades do estado. Reportagem Marilu Cabañas. Na foto, Vanessa Couto, Gabriela Ferro e Gabriel Lindenbach (da esquerda para direita).

Foi instalada nesta quarta-feira (17/12) a Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar as violações de direitos humanos na Faculdade de Medicina da USP, nas demais faculdades da Universidade de São Paulo e em outras universidades do estado. O deputado Adriano Diogo, do PT, que propôs a criação da CPI, preside a Comissão. A vice-presidência ficou com a deputada Sarah Munhoz, do PC do B, e a relatoria com o deputado Ulysses Tassinari, do PV. Os deputados que compõem a CPI, Marco Aurélio, do PT, Carlos Giannazi, do PSOL, Bruno Covas, do PSDB, Jorge Caruso, do PMDB, e Carlos Bezerra Junior, do PSDB, compareceram à primeira sessão. José Bittencourt, do PSD, esteve ausente. Reportagem Marilu Cabañas. Foto: Alesp

O Coletivo Feminista Geni, da Faculdade de Medicina da USP, que denunciou os estupros que ocorrem há anos em festas e trotes na instituição, pretende ampliar o debate sobre machismo e violência para todo o campus e outras universidades. Após as denúncias os integrantes do Coletivo foram chamados pela direção da Faculdade que acena com uma perspectiva positiva para a solução dos problemas apontados. Já os alunos estão divididos quanto à repercussão das denúncias feitas pelo Coletivo Feminista Geni. Reportagem Marilu Cabañas.

As instituições acusadas de promover festas e trotes violentos na Faculdade de Medicina da USP, onde estudantes foram estupradas, disseminam o machismo, a violência e impõem jogo de poder na universidade e fora dela. Integrantes do Coletivo Feminista Geni da Faculdade explicam como isso ocorre dentro da Atlética e do Show Medicina. Reportagem Marilu Cabañas. Na foto, os estudantes Ana Luísa Cunha, Augusto Ribeiro Silva e Andressa de Oliveira Gallo (da esquerda para a direita).

Os trotes em universidades são feitos por quadrilhas organizadas e as vítimas deveriam processar as instituições. É o que pensa e sugere o engenheiro agrônomo e doutor em sociologia Antonio Almeida (foto), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Esalq/USP, autor de três livros sobre trote. Para ele é importante a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo apurar os casos estupro e violência que ocorrem na Faculdade de Medicina da USP. Reportagem Marilu Cabañas.