'bestialidade'

Vannuchi diz que é hora de dar um basta à violência nas universidades

Roberto Navarro/ Alesp Vannucchi elogia decisão do deputado Adriano Diogo de pedir instalação de CPI na Assembleia Legislativa de SP São Paulo – O presidente da Comissão de Direitos Humanos […]

Roberto Navarro/ Alesp

Vannucchi elogia decisão do deputado Adriano Diogo de pedir instalação de CPI na Assembleia Legislativa de SP

São Paulo – O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Adriano Diogo (PT), protocolou na terça-feira (25) requerimento de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a violação de direitos humanos em universidades paulistas. O analista político Paulo Vanucchi elogiou a iniciativa do deputado em seu comentário hoje (27) na Rádio Brasil Atual.

A proposta da CPI foi motivada, principalmente, pelas denúncias feitas por estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) de estupros, racismo, sexismo e trotes violentos, no último dia 11, em audiência pública realizada na Assembleia pela Comissão de Direitos Humanos.

O deputado conseguiu recolher 39 assinaturas, sete a mais do que é necessário. A instauração da CPI, no entanto, depende ainda de um acordo entre as lideranças partidárias. Há sete comissões na fila de espera para serem iniciadas.

Apesar de os casos da FMUSP estarem em evidência no momento, Vannuchi lembra que trotes violentos são realizados em quase todas as faculdades e que já resultaram até em homicídios.

O analista lamenta atitudes que são consideradas por alguns estudantes como brincadeiras e que provocam risos, como a letra de uma das músicas cantadas pela bateria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, a Batesão, que diz ‘morena gostosa, loirinha bunduda, preta imunda’, e o fato de certos médicos brasileiros chamarem os colegas cubanos que atuam no país de ‘macacos’ e ‘escravos’.

Eu não sou uma pessoa careta pra ficar atacando piadas, brincadeiras, acho que é preciso reservar o lugar para o humor, para irreverências, especialmente na juventude, para as experimentações. Mas as coisas têm limite que são óbvios”, observa, acrescentando que a letra inegavelmente racista deveria provar asco e não risadas. Ele elogia a nota de protesto divulgada pelo coletivo negro da USP, que diz: ‘A Batesão assume o seu lugar de senhor de escravos, pega o chicote e violenta mais uma vez as mulheres negras. Se não pelo estupro que nossa avós e bisavós sofreram por parte dos senhores e seus filhos, pela subjugação do nosso corpo negro’.

Vannuchi defende o chamado trote solidário, que conta com brincadeiras e dança, além de discussões sobre assuntos relevantes do ambiente universitário, e condena o que chama de ‘bestialidade’. “É hora de dar um basta.”

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