PROTEÇÃO

Sala Planejada: plataforma calcula melhor disposição para volta às aulas na pandemia

Ferramenta busca frear contaminação em ambientes fechados e dar segurança na volta às aulas

Gabriel Jabur/Agência Brasília
Gabriel Jabur/Agência Brasília
Inep usou a plataforma para auxiliar na montagem das salas durante o Enem

São Paulo – Um grupo de pesquisadores criou uma plataforma que ajuda a definir as melhores formas de distribuição de alunos em salas de aula. Desse modo a iniciativa se aplica a este momento de volta às aulas durante a pandemia de covid-19. O objetivo do sistema gratuito, chamado Sala Planejada, é criar um ambiente mais seguro e com menor risco de disseminação do vírus.

No site, basta preencher as opções desejadas e o algoritmo faz todos os cálculos. O portal pede as dimensões de largura e comprimento da sala, além das dimensões das carteiras e o distanciamento mínimo entre os estudantes. Além disso, o usuário pode escolher como colocar o máximo de alunos dentro da sala; ou se pretende alocar um número fixo de alunos com a maior distância possível entre eles.

sala planejada

Usando modelos matemáticos, o próprio sistema mostra quantos estudantes caberão dentro da sala e dá as sugestões de layouts para o local. Um dos pesquisadores, o professor na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Luís Felipe Bueno, explica que o site já calculou mais de 15 mil layouts de salas, principalmente em escolas. “Em geral, a solução do problema é obtida através de técnicas de otimização visando a maximizar o número de alunos em uma sala de aula. E respeitando uma distância mínima entre as carteiras ocupadas. O aplicativo simula situações em que os assentos são fixos. Portanto, devemos decidir onde cada aluno deve sentar, e o caso em que somos livres para mover os assentos”, disse ao Jornal da USP.


Enem

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) usou a plataforma para auxiliar na montagem das salas para receber alunos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Antes da pandemia, os organizadores trabalhavam com planilhas de quantos alunos poderiam ser alocados em cada sala para realização do exame. Em 2020, a adaptação da montagem foi feita sem o uso de ferramentas de modelos matemáticos, mas as alternativas encontradas não foram muito eficientes.  No ano passado, a tecnologia que desenvolvemos auxiliou para atender às necessidades dos protocolos de distanciamento, obtendo melhores soluções”, comentou Felipe.

Ainda segundo o pesquisador, a plataforma já orientou professores de diversos lugares do Brasil. Ele conta que várias secretarias de Educação sugeriram que diretores e professores, principalmente da rede pública, usassem a plataforma para estimar a capacidade das salas de aula seguindo o distanciamento social durante a pandemia.

“Nesse momento em que há ainda muitas dúvidas sobre a pandemia, confiar na ciência é a melhor opção. Matematicamente, estamos apontando como os ambientes podem se tornar mais seguros diante de protocolos preestabelecidos pelas autoridades sanitárias.” Desse modo, criam-se condições para proteger a população. E assim minimizar os impactos do contágio da doença, como explica o pesquisador.

A ferramenta teve apoio tecnológico do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (Cemeai), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. A produção nasceu de uma parceria entre pesquisadores do Instituto de Ciência e Tecnologia da Unifesp, Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Instituto Federal de São Paulo (IFSP).


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