São Caetano

Professora grávida internada com covid-19 após volta às aulas tem alta

Rafaela de Ávila Cardoso, professora da EMEF Luiz Olinto Tortorello, em São Caetano do Sul, está bem e vai concluir o tratamento da covid-19 em casa

Acervo pessoal
Acervo pessoal
Grávida de 8 meses, a professora do ensino fundamental Rafaela ficou internada em terapia semi-intensiva com covid-19

São Paulo – A professora Rafaela de Ávila Cardoso teve alta no último sábado (27) e vai concluir o tratamento da covid-19 em casa. Grávida de 8 meses, ela foi contaminada após 10 dias da volta às aulas na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Luiz Olinto Tortorello, em São Caetano do Sul, e ficou internada na unidade de terapia semi-intensiva do Hospital e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, monitorando os sinais vitais dela e da bebê. “Só tenho a agradecer as orações e mensagens de carinho de todos”, disse ela, aliviada.

“Estou me recuperando bem. Tive sorte que o pulmão foi tomado apenas em 10% e como tive acesso rápido ao tratamento não tive piora. Continuo com os medicamentos em casa. E com todo cuidado para não pegar novamente. Seguirei em home office até o nascimento da minha filha”, contou Rafaela. Hoje, o secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, defendeu o fechamento das escolas devido ao aumento de casos de covid-19 em São Paulo.

A professora relatou que temia ser contaminada pela covid-19 e voltou à escola no dia 5 fevereiro por pressão, já que não teve seus pedidos para manter-se em home office aceitos. “Durante quase 11 meses estive em casa e não peguei nada. Foi só voltar duas semanas e já fiquei doente”, contou Rafaela.

Rafaela contou que solicitou à direção da unidade o afastamento no dia 5 de fevereiro, o que lhe foi negado. “Pedi para a direção da escola e eles me disseram que não seria possível nenhuma liberação a não ser que eu entrasse de licença”, afirmou. Entre os dias 5 e 10 de fevereiro, foram realizadas atividades de planejamento na escola. A partir do dia 11, a professora começou a receber alunos.

A professora contou que foi informada que no dia 9 de fevereiro seria publicada uma normativa sobre o sistema de home office para servidores dos grupos de risco à covid-19. No dia 15, ela sentiu o primeiro sintoma: falta de ar, ao subir uma rampa na escola e ao ler trecho de um livro para seus alunos.

No começo, ela pensou ser reflexo da própria gravidez. Nos dias seguintes, passou a sentir cansaço, dores, tosse e febre. No dia 21, já apresentando sintomas há alguns dias, a professora recebeu a confirmação do teste positivo para covid-19. A portaria que lhe garantiria a atuação em home office só foi publicada no dia 23. Em todo o estado, professores contabilizam 1.730 casos de covid-19.

“É muito difícil e cruel se sentir pressionada a fazer alguma coisa em que você está muito insegura e com medo de fazer. Voltar as aulas presenciais no momento em que estávamos de uma possível 2°onda. E, após 5 dias com os alunos e 9 dias no ambiente escolar, me vi com o que eu mais temia, testando positivo para covid-19”, contou Rafaela.