Justiça retoma análise sobre supostos crimes de Bolsonaro durante a pandemia
Gilmar Mendes, do STF, reabriu ação contra Bolsonaro e aliados por supostos crimes contra a Saúde durante a pandemia de covid-19
Publicado 10/07/2023 - 18h31
São Paulo – A Justiça, por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltará a analisar a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de covid-19. Especialistas apontam o político de extrema direita como responsável pelo agravamento do cenário, o que implicaria em mortes evitáveis.
Isso porque Bolsonaro desprezou o vírus, fez pouco caso das vítimas e rejeitou a ciência. Ele chegou a ligar vacinas, que controlaram a pandemia, a doenças como HIV.
“E daí? Não sou coveiro“, disse Bolsonaro, questionado sobre as mortes. “Vai tomar e virar jacaré”, disse sobre as vacinas. Enquanto ignorava a doença que deixou mais de 700 mil brasileiros mortos, Bolsonaro promoveu e incentivou aglomerações. “Bando de maricas”, disse sobre quem usou máscaras. Bolsonaro optou por ignorar e atacar a ciência.
Por outro lado, iniciou uma campanha messiânica em defesa da cloroquina e da ivermectina, como se fossem mágicas contra a covid-19. Não foi falta de aviso. Cientistas de todo o mundo confirmaram, por mais de uma vez, mais de uma instituição, em inúmeros estudos, que esses medicamentos não tinham efeito contra o vírus. Pode parecer até óbvio, em se tratando de dois vermífugos, provavelmente não funcionariam contra vírus. São patógenos diferentes, alvos diferentes, seres vivos diversos.
Processos de Bolsonaro
O responsável por reabrir as investigações foi o ministro Gilmar Mendes, do STF. Ele anulou hoje (10) uma decisão da Justiça Federal de Brasília que livrava Bolsonaro e remeteu os autos para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Serão investigados os possíveis crimes de: prevaricação; epidemia com resultado de morte; emprego irregular de verbas públicas; e falsa comunicação de crime. Todos esses ilícitos têm origem em inquéritos da Polícia Federal.
Além de Bolsonaro, existem outros alvos, como o ex-ministro da Saúde e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), o presidente do Conselho Federal de Medicina Mauro Luiz Ribeiro (que deu guarida às ideias anticiência de Bolsonaro), o ex-secretário de comunicação Fabio Wajngarten, entre outros.