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Descaso e morte

Justiça retoma análise sobre supostos crimes de Bolsonaro durante a pandemia

Gilmar Mendes, do STF, reabriu ação contra Bolsonaro e aliados por supostos crimes contra a Saúde durante a pandemia de covid-19

PR/secom
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"Chega de frescura e mimimi. Vão ficar chorando até quando?" Isso foi o que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse sobre a covid-19 após o dia com mais mortos (1.910) desde o início da pandemia

São Paulo – A Justiça, por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltará a analisar a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia de covid-19. Especialistas apontam o político de extrema direita como responsável pelo agravamento do cenário, o que implicaria em mortes evitáveis.

Isso porque Bolsonaro desprezou o vírus, fez pouco caso das vítimas e rejeitou a ciência. Ele chegou a ligar vacinas, que controlaram a pandemia, a doenças como HIV.

E daí? Não sou coveiro“, disse Bolsonaro, questionado sobre as mortes. “Vai tomar e virar jacaré”, disse sobre as vacinas. Enquanto ignorava a doença que deixou mais de 700 mil brasileiros mortos, Bolsonaro promoveu e incentivou aglomerações. “Bando de maricas”, disse sobre quem usou máscaras. Bolsonaro optou por ignorar e atacar a ciência.

Por outro lado, iniciou uma campanha messiânica em defesa da cloroquina e da ivermectina, como se fossem mágicas contra a covid-19. Não foi falta de aviso. Cientistas de todo o mundo confirmaram, por mais de uma vez, mais de uma instituição, em inúmeros estudos, que esses medicamentos não tinham efeito contra o vírus. Pode parecer até óbvio, em se tratando de dois vermífugos, provavelmente não funcionariam contra vírus. São patógenos diferentes, alvos diferentes, seres vivos diversos.

Processos de Bolsonaro

O responsável por reabrir as investigações foi o ministro Gilmar Mendes, do STF. Ele anulou hoje (10) uma decisão da Justiça Federal de Brasília que livrava Bolsonaro e remeteu os autos para a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Serão investigados os possíveis crimes de: prevaricação; epidemia com resultado de morte; emprego irregular de verbas públicas; e falsa comunicação de crime. Todos esses ilícitos têm origem em inquéritos da Polícia Federal.

Além de Bolsonaro, existem outros alvos, como o ex-ministro da Saúde e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), o presidente do Conselho Federal de Medicina Mauro Luiz Ribeiro (que deu guarida às ideias anticiência de Bolsonaro), o ex-secretário de comunicação Fabio Wajngarten, entre outros.