Justiça impede que centro de saúde seja fechado pelo governo de São Paulo

Secretaria de Saúde afirma que cumpirá decisão, mas ainda nao sabe se entrará com recurso

Unidade de saúde atende 3 mil pessoas por mês, em sua maioria idosos (Foto: Paulo Pepe)

São Paulo – O juiz Rômolo Russo Júnior, do Foro Central, acatou a ação civil pública movida pelo Ministério Público contra a desativação do Núcleo de Gestão Ambulatorial (NGA) do Belenzinho, bairro da zona leste de São Paulo. A decisão, que impede que o governo estadual feche o centro de especialidades, é uma vitória dos trabalhadores do posto e dos usuários e moradores, que se mobilizaram, colheram assinaturas e procuraram apoio de parlamentares e do Ministério Público.

Por mês, passam pelo local 3 mil pessoas em consultas com especialistas em cardiologia, dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pneumologia, reumatologia, urologia e cirurgia plástica reparadora. Ao todo, o NGA mantém 45 mil prontuários. A maioria dos usuários é composta por idosos. São pessoas encaminhadas por médicos de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e das Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs).

No dia 14, a Rede Brasil Atualnoticiou a intenção do governo estadual e a mobilização de sindicatos e funcionários. A desativação do centro de especialidades foi anunciada no dia 28 de maio, dois dias depois que o governador Alberto Goldman (PSDB), em entrevista no rádio, comunicou investimento de R$ 13 bilhões na Saúde, em 2010. Inicialmente, o fechamento estava agendado para 17 de junho, mas o Ministério Público foi acionado pelos sindicatos dos 100 trabalhadores do posto (Sindsaúde e Sinsprev). O prazo acabou então adiado para 2 de agosto.

Segundo nota oficial da Secretaria Estadual de Saúde, o Estado ainda não foi notificado da decisão e, portanto, “não é possível dizer se recorreremos, pois não sabemos o teor da decisão. O que podemos dizer é que, se notificados, cumpriremos a decisão da Justiça.”

Ainda conforme a assessoria de imprensa, “a decisão de desativar o NGA tem como fundamento evitar gasto desnecessário do dinheiro público, uma vez que o prédio lá é alugado e precisa passar por uma grande reforma para estar adequado. Enquanto isso, há dois grandes Ambulatórios Médico de Especialidades (AMEs), um a 1,8 km (Maria Zélia) e outro a 6km de distância (Várzea do Carmo), que têm capacidade para 20 mil atendimentos por mês, cada, mas fazem 15 mil e 18 mil, respectivamente. O NGA faz, em média, 2.300 atendimentos.”

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