Em São Paulo, Padilha defende integração entre governos para combater o crack

Ministro da Saúde afirmou na Assembleia Legislativa que é importante investir nos agentes de rua

São Paulo – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu nesta terça-feira (13), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o reforço nas ações de rua para combater a epidemia de crack no estado. Para uma plateia de deputados, especialistas e interessados no tema, durante reunião com a Comissão de Saúde da Casa, o ministro relatou os investimentos do Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack e outras drogas, lançado na semana passada.

 

Padilha considera importante investir nos agentes de rua, que fazem as buscas aos usuários, e que haja profissionais que possam trabalhar em horários não convencionais, como na madrugada. Para ele, os locais de atendimento têm de funcionar 24 horas para atender à demanda. Para isso, serão criados 75 Consultórios na Rua, com profissionais treinados e acostumados a intervenções com a população em situação de rua. Ele também considera essenciais a integração entre municípios, estados e governo federal e a reorganização das redes de saúde no país.

O deputado estadual Donisete Braga (PT), coordenador da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack, disse que a questão dessa droga tem de ser entendida como uma questão de saúde pública e principalmente como uma política de estado. “O governo federal precisa também investir na prevenção, estabelecer um monitoramento para prender os traficantes”, afirmou.

Questionado sobre a internação compulsória, prevista no plano do governo, o ministro declarou que a repressão policial tem de ser voltada ao combate de bandidos e traficantes e não de usuários. Padilha reforçou que a internação é um recurso já existente e só deve ser usado nos casos de risco de morte dos dependentes químicos. “Nosso programa tem como centro a reconstrução dos projetos de vida dessas pessoas. Todos os programas que estavam pautados por um único tipo de tratamento estão fadados ao fracasso”, apontou.

Padilha anunciou que serão criadas dez Unidades de Acolhimento na capital paulista, onde os dependentes químicos poderão reconstruir seus laços sociais, famílires e aprender novos ofícios. “A geração de renda é essencial para a pessoa sair da dependência.”

Em São Paulo, segundo dados do ministério, serão investidos R$ 569 milhões para a criação de 660 novos leitos e qualificados mais 413 (total de 1.073) em enfermarias especializadas em álcool e drogas, com internações de curta duração, além de 173 unidades de acolhimento 124 para adultos e 49 voltadas para crianças e adolescentes. O valor da diária de internação aumentará de R$ 57 para R$ 200.

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