São Paulo – O número de mortes em decorrência da covid-19 entre pessoas não vacinadas no estado de São Paulo foi 26 vezes maior do que do entre as pessoas com esquema vacinal completo, com duas doses. Os dados fazem parte de estudo da Secretaria da Saúde, divulgado nesta segunda-feira (14). O levantamento é referente a 8.283 mortes reportadas por 645 municípios no sistema Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe) entre 5 de dezembro e 26 de fevereiro último.

No período, houve uma explosão de casos da doença no Brasil em decorrência da variante ômicron do novo coronavírus, mais transmissível e já predominante no país. Ao todo, o governo de São Paulo considerou 7.942 óbitos do universo de mais de 8 mil mortes, todas com o campo de vacinação preenchido no sistema oficial. Os dados revelam que as mortes entre os não vacinados foram de 332 por 100 mil habitantes, ante 13 por 100 mil habitantes de quem já estava com as duas doses. 

De acordo com a secretaria, os óbitos de pessoas com apenas uma dose da vacina também são maiores na comparação com aqueles com esquema vacinal completo. A letalidade é de 22 mortes por 100 habitantes, ou 69% mais alta. Ao jornal Folha de S. Paulo, o secretário-executivo da Saúde, Eduardo Ribeiro Adriano, destacou que o estudo “é mais uma evidência da importância da vacinação”. “As pessoas podem escolher entre estar no grupo mais protegido, amplamente majoritário entre os paulistas, ou naqueles mais vulneráveis”, acrescentou.

Negacionismo mata

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) também observou que a alta de mortes pela covid entre os não vacinados comprova que “o negacionismo é assassino! Vacina salva!”, tuitou o parlamentar. O estado de São Paulo prevê agora correlacionar os dados de todas as mortes para levantar os fatores de risco agregados, como comorbidades e idade muito avançada, segundo a Folha. 

Atualmente, entre as cerca de 43,2 milhões de pessoas elegíveis para a vacinação no estado, quase 90% estão vacinadas com as duas doses. O secretário ressalta, contudo, que o estudo também é “um alerta aos que ainda não tomaram a segunda dose: sempre é tempo de completar o seu esquema vacinal”.