Aplicativo de Bolsonaro e Pazuello indica cloroquina até para bebês e dor nas costas
Aplicativo ‘TrateCOV’, do Ministério da Saúde, cdriado para auxiliar médicos, indica cloroquina e azitromicina para qualquer sintoma e qualquer paciente, até cachorro
Publicado 20/01/2021 - 16h53
São Paulo – O aplicativo “TrateCOV”, lançado pelo Ministério da Saúde para, em tese, orientar tratamentos para pessoas com suspeitas de covid-19 recomenda sempre o mesmo coquetel de medicamentos, que inclui as comprovadamente ineficazes cloroquina e ivermectina. E isso, independentemente dos sintomas relatados pelo usuário.
O “TrateCOV” foi criado como uma página de auxílio para médicos. A ideia é que os profissionais forneçam informações como sintomas, comorbidades, tempo estimado de contaminação, histórico do paciente e outros dados. Hoje (20) viralizou nas redes sociais que, após as mais variadas simulações, o serviço indica sempre para o mesmo tratamento com os medicamentos ineficazes. Até quando foi indicado sintomas como dores nas costas, quando o “paciente” relata doença cardíaca grave, ou a simulação foi feita para sintomas em bebês, o receituário do governo Bolsonaro é o mesmo. E ineficaz, além de potencialmente perigoso para alguns casos, como os de cardiopatias.
Interesses
No início da semana, o ministro da pasta, Eduardo Pazuello, mentiu em entrevista coletiva que o governo jamais teria indicado o tratamento. Além de inúmeras entrevistas apontando para o oposto, e discursos oficiais, agora este aplicativo segue na mesma linha.
A RBA mostrou, em reportagem veiculada ontem, que o governo, através do Ministério da Saúde, mediou e intercedeu pela compra de hidroxicloroquina por uma empresa de um aliado ideológico de Bolsonaro. As vendas da Apsen Farmacêutica dispararam, favorecendo o apoiador do bolsonarismo Renato Spaccilli.
Fiz nova simulação: somente cefaleia e dor nas costas. Resultado: cloroquina e vermifugo. É uma desmoralização monumental da saúde brasileira. Não é possível esse gov e esse ministério continuarem ainda de pé. pic.twitter.com/xXdymvb9nz
— Paulo Boggio (@PauloBoggio) January 20, 2021
A reportagem da RBA também fez uma simulação preenchendo sintomas: dor de garganta e fraqueza. O resultado foi semelhante: