São Paulo

Marcha pela Ciência ataca cortes de Bolsonaro e Doria: ‘Balbúrdia é o governo’

Na Avenida Paulista, manifestação contou com feira de ciência e apresentação de artigos científicos para a população

Facebook/Cientistas Engajados
Facebook/Cientistas Engajados
Um dos cortes criticados são os 42% no orçamento Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o que equivale a cerca de R$ 2,1 bilhões

São Paulo – Os cortes na ciência promovidos por Jair Bolsonaro (PSL) e o governador paulista, João Doria (PSDB), foram alvos de protesto da Marcha pela Ciência, em São Paulo. Mariana Moura, doutora  e integrante do Cientistas Engajados pela Universidade de São Paulo (USP), lembra que as universidades públicas estão retirando bolsas de estudo e reduzindo tempo de trabalho.  “Ciência é investimento, e balbúrdia é o governo – foi o tom da manifestação de ontem”, disse Mariana em referência a afirmação do ministro da Educação Abraham Weintraub, que usou a palavra ‘balbúrdia’ para criticar as universidades federais.

O governo Bolsonaro bloqueou 3.474 bolsas e congelou outras 2.724 bolsas de pós-graduação. Além disso, o ministro de Educação também foi criticado, pelo bloqueios de 30% das verbas para universidades federais, o que representa cerca de R$ 2 bilhões sobre recursos discricionários.

“A grande dificuldade é que os recursos fixos, como os pagamentos de funcionários e administrativos, são constitucionais. Não existe produção de conhecimento sem professores. A área de pesquisa e desenvolvimento foi onde sofreu cortes e está prejudicando. As universidades já anunciaram a redução de tempo de trabalho ou o fim de vestibular no segundo semestre”, lamentou ela, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

Outro corte criticado é o de 42% no orçamento Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o que equivale a cerca de R$ 2,1 bilhões.  Já Doria foi questionado por conta de cortes e falta de reposição de pessoal nas universidades. Outro motivo de crítica é a concessão do Jardim Botânico à iniciativa privada.

“Quando o governo fala em contingenciamento, sem cortes, é uma mentira, pois isso se configura em redução de repasse e cortes. Não tem como sair da crise sem produzir soluções próprias, ou seja, importar respostas para os problemas do Brasil. Quem vai arrumar isso serão aqueles que pesquisam e estudam todas as áreas”, acrescenta Mariana.

Os cientistas também realizaram feira de ciências com atividades lúdicas e experimentos científicos para todas as idades, que contou com pesquisadores da USP, Unesp e Unicamp. “Foi para mostrar um pouco do trabalho feito nas universidades públicas de São Paulo. Além disso, os pós-graduandos levaram seus trabalhos e artigos, que estão na parte mais avançada da ciência”, explica a doutora.

Confira a reportagem