Danos à saúde

População às margens do rio Tapajós apresenta alto nível de mercúrio no sangue

Com contaminação acima do padrão admitido pela OMS para a substância, moradores da região têm saúde prejudicada por atividades como a mineração

EBC

Bacia do rio Tapajós está cercada de empreendimento para mineração e construção de usinas hidrelétricas

São Paulo – Uma pesquisa da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) identificou altos níveis de contaminação por mercúrio no sangue em populações que vivem às margens do rio Tapajós. Foram encontrados 124,6 microgramas da substância por litro de sangue, enquanto o nível máximo aceito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 10 microgramas.

A suspeita é que a presença de mercúrio no rio tenha contaminado os peixes, confirmando ainda o avanço do desmatamento, da construção de usinas hidrelétricas e da mineração na região, como reforça a liderança indígena Alessandra Korap Munduruku, da etnia Munduruku, do Pará, em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual

“Eu fico muito triste porque nós estamos comendo aquele peixe, meus parentes ribeirinhos comem esse peixe (contaminado). É uma fonte de alimento, e, de repente, ela está sendo destruída. A Amazônia pede socorro”, afirma a líder indígena. O estudo destaca ainda que o mercúrio tem a capacidade de ultrapassar a placenta e contaminar fetos em pleno processo de gestação, além de causar outros danos à saúde da população exposta a estes níveis.

“Mercúrio é uma coisa que entra no sangue e a gente olha assim, como é que vamos curar essas pessoas? A gente não tem nem como curar”, lamenta Alessandra.

Ouça a entrevista 

Você pode conferir a partir de 1:38:55

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