Yeda sofre nova denúncia de corrupção e vice divulga detalhes de processo

Filha de governadora do Rio Grande do Sul comprou casa no valor de R$ 310 mil, o que para o PSOL configura enriquecimento ilícito

O Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul receberá ainda nesta semana uma nova denúncia contra a governadora Yeda Crusius (PSDB). O PSOL gaúcho apresentou nesta terça-feira (8) certidões comprovando a compra de uma casa no valor de R$ 310 mil pela filha da governadora, Tarsila Rorato Crusius.

O imóvel no Condomínio Villa Jaguanun, em Porto Alegre, foi adquirido em 3 de junho deste ano com entrada de R$ 150 mil e outros R$ 160 mil parcelados até o fim do ano. O vereador Pedro Ruas afirmou que o TCE tem obrigação de apurar as novas denúncias, que se somam à da casa comprada pela própria governadora em um bairro de classe alta da capital gaúcha por ao menos R$ 750 mil. “Uma grande coincidência, estranhíssima coincidência, é que o pagamento corresponde ao período de mandato de Yeda. Nenhuma parcela será paga após o final do mandato”, salientou.

Os integrantes do PSOL destacam ainda que um dos fatores para revelar enriquecimento ilícito é a compra de bens que não correspondam aos ganhos como ente público. 

Na outra ponta, a deputada federal licenciada Luciana Genro levantou a existência de um processo movido pelo vice-governador Paulo Feijó contra a governadora. O integrante do DEM pede que seja investigada a doação feita por ele para o pagamento do aluguel do comitê de campanha de Yeda Crusius nas eleições de 2006.

Feijó relata que, apesar de muito insistir, jamais obteve recibo da doação, que consta em sua declaração de imposto de renda, mas não está na prestação de contas entregue pelo PSDB à Justiça Eleitoral.

Nesta terça, Feijó publicou na internet a resposta que apresentou à 12ª Vara Cível do Rio Grande do Sul, onde corre o processo. Nela, o vice-governador manifesta que notou, no decorrer da campanha, diversos episódios com os quais não concordava e que acabou excluído de todas as decisões da candidatura, tendo real dimensão dos problemas apenas quando a prestação de contas foi tornada pública.

“Nesta oportunidade, pode o Notificante ter a certeza de que valores de contribuições efetivamente doados por empresas e empresários para a Chapa Majoritária que integrara não haviam sido incluídos na prestação de contas feita à Justiça Eleitoral”, manifesta, e aponta que daí por diante iniciou a denúncia das irregularidades.

Feijó rompeu com a governadora no início do mandato. Foi dele que partiram as primeiras denúncias de caixa 2 na campanha e enriquecimento ilícito de Yeda.