Tarso Genro considera que Itália quer usar Battisti como bode expiatório dos anos de chumbo

O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que a Itália quer usar o caso de Cesare Battisti como símbolo dos “anos de chumbo” da década de 70. Em audiência pública […]

O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que a Itália quer usar o caso de Cesare Battisti como símbolo dos “anos de chumbo” da década de 70. Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Genro disse que a posição de negar a extradição do escritor e ex-ativista político está mantida e que o Brasil “não vai se servir para entregar a alguém que será bode expiatório” dos episódios violentos que marcaram a vida do país.
O ministro argumentou que, depois de avaliar o caso de Battisti, não tem dúvida de que Estado Democrático de Direito italiano não foi ofendido e que “qualquer juiz medianamente isento que analisasse hoje o caso de Battisti o absolveria por insuficiência de provas”.
Definindo-se como um político de esquerda, Tarso Genro afirmou não haver motivos para que o Supremo Tribunal Federal considere inconstitucional a lei que permite a ele tomar decisões contrárias à do Comitê Nacional de Refugiados.
Detido no Brasil desde março de 2007, Battisti foi condenado na Itália na década de 90 por quatro assassinatos cometidos quando ele militava na organização Proletários Armados pelo Comunismo. O italiano espera pela decisão do STF sobre o processo de extradição movido pelo governo do país europeu.