São Paulo – Em entrevista ao Jornal Nacional, nesta terça-feira (19), José Serra, candidato do PSDB à Presidência da República, afirmou que “só soube muito tempo depois” que a filha de Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, era contratada pelo cerimonial do governo do estado de São Paulo. Paulo Preto é ex-diretor do Dersa, acusado de arrecadar fundos de forma ilegal para a campanha do tucano, de desvio de recursos e de tráfico de influência no governo de Serra. “Essa menina foi contratada, eu não a conhecia… inclusive eu só vim a saber que era filha de um diretor de uma empresa muito tempo depois”, declarou o candidato.

Questionado pela apresentadora Fátima Bernardes, o tucano negou que sua campanha esteja explorando conteúdos religiosos no segundo turno. Mas evitou responder se envolver questões religiosas na campanha eleitoral seria um retrocesso.

Sobre Paulo Preto e a acusação de desvio de recursos de sua campanha, o candidato desmentiu as acusações contra o ex-diretor da Dersa e disse que caso tivesse havido problema, ele seria a vítima.

O candidato também desmentiu que tenha acusado ou criticado Marina em debate no primeiro turno. Fátima lembrou que Serra se dirigiu a Marina, afirmando que ela teria muito mais proximidade com Dilma do que com ele. “Não foi propriamente uma acusação”, rebateu. “Gosto muito de Marina”, disse.

Na última pergunta ao candidato, o jornalista William Bonner citou que Serra “tem prometido coisas grandes”, o que poderia colocar em risco a estabilidade econômica. Serra garantiu que as propostas de salário mínimo de R$ 600, 10% de aumento para aposentados e 13º do Bolsa-família serão possíveis com corte de desperdícios e enxugamento do governo. “Desenvolveram subsídios a investimentos que algumas vezes não são rentáveis”, afirmou.

Na despedida, Serra voltou a pedir que os eleitores conquistem mais apoio à sua candidatura e relacionou as nove eleições disputadas ao longo de sua vida política.