Resultado de Copenhague depende de compromisso de presidentes, diz Lula

Pelo menos 190 países se reunirão na capital da Dinamarca para negociar um novo acordo climático para depois de 2012, prazo das metas definidas pelo Protocolo de Kyoto (Foto: Tim […]

Pelo menos 190 países se reunirão na capital da Dinamarca para negociar um novo acordo climático para depois de 2012, prazo das metas definidas pelo Protocolo de Kyoto (Foto: Tim Wimborne/Reuters)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (9) que os países assumam compromissos proporcionais às suas emissões de gases de efeito estufa na negociação de um acordo para o clima. Isso significaria que nações mais ricas que, historicamente emitiram volumes maiores durante sua industrialização, façam cortes maiores. Em seu programa semanal de rádio, “Café com o Presidente”, ele disse estar otimista em relação à possibilidade de um bom acordo.

Os resultados do encontro encontro promovido pela Organização das Nações Unidas em Copenhague, nos dias 7 a 18 de dezembro, para tratar de medidas para o clima dependem da presença de um número expressivo de presidentes, na visão de Lula.

“O problema é que os países ricos, sobretudo os mais industrializados, aqueles que começaram a ser industrializados há 200 anos, emitiram muito mais gás de efeito estufa do que os países que estão se desenvolvendo no século XX, no século XXI”, disse. “Portanto, é importante que os compromissos sejam de todos, mas que sejam proporcionais à responsabilidade de cada país”, disse Lula.

Pelo menos 190 países se reunirão na capital da Dinamarca para negociar um novo acordo climático. Devem ser definas medidas para reduzir o aquecimento global causado pela emissão de gáses poluentes após 2012, quando termina o prazo do Protocolo de Kyoto, assinado em 1997.

Entre as principais divergências estão as metas de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e como levantar bilhões de dólares para ajudar os países pobres a lidar com o impacto do aquecimento global.

Lula afirmou ainda que esta semana deverá conversar com presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e com o presidente da China, Hu Jintao, com o objetivo de alinhavar uma proposta para ser apresentada na reunião da ONU em dezembro “para firmamos um tratado que possa dar garantias de que o mundo começa a ser despoluído”.

O presidente acrescentou que o Brasil está em contato também com a França e a Alemanha e que este mês está agendada uma reunião com países amazônicos para discutir uma proposta única para a região.

Nesta segunda-feira, em São Paulo, Lula reúne o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, integrado por ministros, presidentes de estatais, organizações não governamentais ambientalistas e representantes de entidades empresariais, em mais uma etapa no debate da posição brasileira a ser levada à conferência da ONU.

No último dia 3, o governo adiou para este sábado (14) a definição da proposta , que inclui medidas em setores como agricultura e siderurgia. Até o momento, a única proposta consensual é a de redução de 80% do desmatamento da Amazônia até 2020.

Mais maduro

Ao comentar a viagem à Inglaterra na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil está mais “maduro” e responsável, capaz de consolidar uma macroeconomia com estabilidade, geração de empregos e distribuição de renda. “Esse novo Brasil é reconhecido internacionalmente”, ressaltou.

“O fato de o Brasil ter saído tão bem dessa crise financeira mundial é mais uma demonstração da nossa força. Muitos países ainda sofrem com as consequências da crise. Nós, aqui, já saímos”, destacou, ao citar o crescimentio da indústria, do Produto Interno Bruto (PIB) e da massa salarial brasileira.

Sobre o prêmio que recebeu durante a visita – concedido pela Chatham House como forma de reconhecimento pela atuação nas relações internacionais e na condução da política econômica e social – Lula insistiu que toda a sociedade brasileira acreditou que era possível controlar a crise. Para ele, o prêmio dá visibilidade ao Brasil perante os demais países que começam a ter mais confiança para investir aqui.

Com informações da Reuters e Agência Brasil